Economia

Greve na Menzies tem "efeitos catastróficos" no aeroporto de Lisboa: empresa "assediou" trabalhadores de folga

Tiago Petinga/Lusa (arquivo)

Até às 20h30 deste sábado, foram cancelados mais de 40 voos com partida ou chegada no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, devido à greve. Há também centenas de voos atrasados, sendo que mais de 30 seguiram para os destinos sem bagagens

O Sindicato das Indústrias Metalúrgias e Afins (SIMA) afirma que a greve dos trabalhadores da Menzies (antiga Groundforce) está a ter um impacto "catastrófico" nos aeroportos.

Até às 20h30 deste sábado, foram cancelados mais de 40 voos com partida ou chegada no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, devido à greve. Há também centenas de voos atrasados, sendo que mais de 30 seguiram para os destinos sem bagagens.

Em declarações à TSF, Carlos Araújo, do SIMA, ressalva que o sindicato não quer "exponenciar" os efeitos da greve, mas aponta que também não os pode "esquecer".

"Os nossos associados estão a aderir [à greve] e o efeito é catastrófico na operação do aeroporto. Há filmes a circular que mostram dezenas de carros de bagagem atafulhados, com que a empresa não consegue lidar porque não tem trabalhadores suficientes", assinala.

O sindicalista denuncia, contudo, ter conhecimento de dezenas de casos em que os trabalhadores foram "assediados" a preencher vazios nas escalas, depois do pré-aviso de greve ter sido emitido.

"A partir do momento em que está emitido um pré-aviso de greve junto de DGERT, a empresa está automaticamente proibida de movimentar horários, de chamar trabalhadores em folga ou pedir antecipações e prolongamentos. E sabemos e temos dezenas de casos confirmados desses, que os trabalhadores que foram assediados desta forma", denuncia.

A greve dos trabalhadores da Menzies mantém-se até às 0h00 de segunda-feira, sendo que nesse dia de manhã, os funcionários irão concentrar-se, pelas 10h00, em frente à sede da empresa.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão o fim de salários-base abaixo do salário mínimo nacional, o pagamento das horas noturnas, melhores condições salariais e a manutenção do acesso ao parque de estacionamento nos mesmos moldes anteriores.

*Notícia atualizada às 23h00

Cláudia Alves Mendes