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Elas tocam como quem samba: Orquestra Chiquinha Gonzaga leva meninas da periferia aos palcos do mundo

TSF

Do Rio de Janeiro para o Passeio Marítimo de Algés, a Orquestra Chiquinha Gonzaga trocou o fado pela folia brasileira e levou ao NOS Alive a força de um coletivo feminino que faz da música um lugar para todas

Estamos no Fado Café, mas não é fado que ouvimos. No palco estão doze raparigas da Orquestra Chiquinha Gonzaga, que trazem ao NOS Alive um pouco da folia brasileira. As pessoas entram, dançam e deixam-se levar pelas “Garotas de Ipanema”.

A turma, fundada em 2021 só com estudantes de escolas públicas, surge com propósito de promover a representatividade e diversidade entre instrumentalistas do sexo feminino. Na altura, já existiam cinco grandes orquestras, mas faltavam "as meninas na representação dos naipes".

Instrumentos como "o trombone, trompete, a percussão, tuba, contrabaixo, acústico" não tinham "nenhuma menina" na frente. "Foi aí que se fez luz perguntámos a uma delas: ‘Mas porque vocês não tocam?'", conta na TSF Moana Martins, diretora da Orquestra.

Agora só não tocam tudo, como inspiram outras mulheres com a sua "coragem, determinação e força". Talvez o mais bonito deste projeto é ver como "as meninas se sentem confiantes". Pelo menos é o que considera Moana Martins, enquanto temas como “A Banda” (Chico Buarque), “Anunciação” (Alceu Valença) e “Ô, abre alas!” (Chiquinha Gonzaga) se vão ouvindo.

A mostrar que como são capazes, é assim que a Orquestra Chiquinha Gonzaga vai escrevendo história. Depois de Portugal, Espanha, França e também Suíça, as raparigas vão voar até Nova Iorque para tocar no Carnegie Hall, uma das mais famosas salas de espetáculos dos Estados Unidos.  A atuação está marcada para novembro deste ano.

Maria Ramos Santos