Nestas viagens, os jornalistas são acompanhados por militares devido à proximidade com a linha da frente da guerra.
A guerra no Médio Oriente também se tenta ganhar na informação. Nas últimas duas semanas, Israel tem organizado visitas de jornalistas aos locais atacados pelo Hamas e, este domingo, a TSF embarcou numa destas "excursões" em que o objetivo é ir aos kibutz falar com sobreviventes do ataque de 7 de outubro.
A caminho de Be'eri, no sul de Israel, a viagem já é bastante longa e confusa. Os autocarros partem de Jerusalém ou de Telavive e, depois, há um ponto de encontro junto à fronteira de Gaza.
No autocarro em que viaja a TSF há uma amálgama de gente. Todos os lugares estão ocupados, há pessoas de pé, câmaras de televisão, capacetes e coletes à prova de bala.
Nesta "excursão" ou "tour", como lhe chama Israel, os jornalistas são acompanhados por militares devido à proximidade com a linha da frente da guerra.
À chegada desta excursão ao destino final, haverá um sobrevivente que vai contar à comunicação social a sua experiência. Este sobrevivente terá sido também um dos primeiros que reagiu à invasão dos militantes do Hamas. Neste kibutz, estará ainda presente um elemento das equipas Zaka, que trata da recolha dos corpos quando há um ataque terrorista.
Com estas ações, Israel quer deixar bem claro que está a agir em legítima defesa depois dos ataques que sofreu há duas semanas. O país tem feito chegar aos jornalistas imagens bastante duras daquilo que foram os ataques a esta zona junto à fronteira com Gaza.
Nos últimos dias, tem até havido convites enviados para os telemóveis dos jornalistas para uma espécie de sessões de cinema, onde Israel anuncia que vai transmitir filmes montados a partir de imagens recolhidas pelas câmaras que os elementos do Hamas usaram durante os ataques. Embora não possam reproduzir estas imagens, os jornalistas podem contar o que viram. Como tantas outras, esta é uma guerra onde a informação tem cada vez mais um papel essencial.