O protesto tinha começado com a paragem dos carros de patrulha.
O protesto dos profissionais da PSP que tinha começado com a paragem dos carros de patrulha em Lisboa alastrou-se para outros pontos do país. Vários agentes reuniram-se junto à Assembleia da República, em Lisboa, e em frente à Câmara Municipal do Porto.
"Estamos aqui sem qualquer noção daquilo que virá a acontecer. Só lhe posso dizer, neste preciso momento, que estão a chegar cada vez mais colegas aqui à cidade do Porto, em frente à Câmara Municipal. Não sei se em Lisboa também não estará a ter uma boa adesão. Ao que parece, havia um conjunto de elementos da PSP que estariam a mobilizar-se, quer de Leiria, Caldas da Rainha, entre outros locais, para se juntarem ao colega que está em vigília em frente à Assembleia da República. E acredito também que noutros pontos do país isto aconteça. É exteriorização daquilo que é o desânimo que grassa na PSP e junto dos seus profissionais", disse à TSF Paulo Santos, da Associação dos Profissionais da Polícia.
Questionado sobre se a paragem dos carros de patrulha não põe em causa a segurança dos civis, Paulo Santos recusa a ideia: "Os polícias têm dado respostas à altura daquilo que são as necessidades das populações. Somos demasiadamente responsáveis para corresponder àquilo que são as necessidades das populações e eu creio que, até do ponto de vista da opinião pública, a PSP e as polícias, no geral, estão na linha da frente daquilo que é uma certa boa visibilidade que é tida pelas populações. Obviamente que estes movimentos estão a surgir e estes profissionais se estão a mobilizar - muitos deles estão a sair de serviço e a juntar-se aos colegas que já estão nos locais de concentração -, mas eu quero dizer apenas que os profissionais têm tido um comportamento bastante profissional, altruísta, com muitas poucas condições de trabalho, com muitas dificuldades e queríamos, sim, era que o governo estivesse à altura daquilo que tem sido o profissionalismo dos profissionais da PSP."
Nem manifestantes, nem sindicatos, de acordo com Paulo Santos, foram contactados pela direção nacional da PSP.
"Até ao momento, do ponto de vista sindical, não tivemos qualquer contato nem da direção nacional da PSP, nem de outra qualquer estrutura, principalmente do MAI. Mas queria reiterar dizendo que este movimento está acima daquilo que é a realidade dos sindicatos, mas obviamente, os sindicatos têm de marcar presença, até porque aquilo que está a ser reivindicado e aqui colocado pelos polícias é exatamente aquilo que os sindicatos têm pedido ao poder político nos últimos tempos", revela.
Ao fim da tarde desta segunda-feira, vários carros de patrulha da PSP do Comando Metropolitano de Lisboa estavam parados como forma de protesto dos polícias por melhores condições de trabalho e salários, indicaram à Lusa fontes sindicais.