O alerta é da Unicef, que alerta para atrasos na assistência médica às crianças na Faixa de Gaza
A Unicef alerta para atrasos na assistência médica às crianças na Faixa de Gaza e adverte que, por dia, menos de uma criança é retirada daquele local. O Fundo das Nações Unidas para a Infância avisa ainda que, se o ritmo lento continuar, serão precisos mais de sete anos para retirar os mais de 2500 menores que precisam de cuidados médicos urgentes.
Numa declaração em Genebra, na Suíça, James Elder, porta-voz da Unicef, fez a denúncia e defende que é necessário agir com rapidez. "As crianças estão a ser retiradas de Gaza à média de uma por dia. Se esse ritmo baixo continuar, serão precisos sete anos para retirar as 2500 crianças que estão a precisar de cuidados médicos urgentes. Até agora, só 127 crianças com traumatismos cranianos, fraturas, queimaduras, cancro ou severamente malnutridas foram autorizadas a sair de Gaza desde o encerramento da fronteira de Rafah", afirmou James Elder.
A fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, está fechada deste o dia 6 de maio, impedindo os cuidados médicos a quase 2500 crianças que de assistência urgente.
Desde 5 de outubro, as forças israelitas intensificaram os seus ataques terrestres e bombardeamentos pesados em várias áreas do norte de Gaza.
Israel declarou a 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1200 pessoas e fazendo cerca de 250.
A guerra continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente e fez até agora na Faixa de Gaza quase 43 mil mortos (quase 2% da população), entre os quais 17 mil menores, e 100 mil feridos, além de mais de 10 mil desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.