Presidente da República sublinha que "não tem poder constitucional sobre a matéria".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, rejeita esta sexta-feira "antecipar cenários" e lembra que só pode dissolver o Governo Regional da Madeira daqui a dois meses, em 24 de março.
"Sabe-se que as moções de censura, se aprovadas, provocam a demissão do Governo regional e sabe-se que o PR só terá poder de dissolução daqui a dois meses", afirma Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, sublinhando que agora "o único órgão que tem poder de demissão é o parlamento" e "não tem poder constitucional sobre a matéria".
"O Presidente não tem nada a dizer, não vou antecipar cenários como comentador além da realidade", atira.
Marcelo considera ainda que a crise política quer no Governo regional quer no continente pode ser vista como "um bom sinal para a democracia" e um "exemplo de confiança dos portugueses nas instituições".
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido, num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.
O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), os três detidos numa operação policial desencadeada na quarta-feira sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.