Luís Montenegro apontou ainda falta de "credibilidade" à equipa liderada por Pedro Nuno Santos. Recusa prometer "tudo a todos".
Luís Montenegro foca-se na palavra “credibilidade” e atira a Pedro Nuno Santos por prometer “tudo a todos” a mês e meio das eleições legislativas. "Há petróleo no Largo do Rato”, acrescenta Luís Montenegro, com quem não contam para “responder a todas as reivindicações” durante a campanha eleitoral.
Com agenda marcada para a mesma hora, Luís Montenegro começou a discursar quando o seu adversário político, Pedro Nuno Santos, ainda não tinha terminado de falar aos autarcas socialistas. O líder do PS revisitou as primeiras promessas eleitorais, como o fim das portagens nas ex-SCUT, e Luís Montenegro arremessou ao “exagero”.
“A parte do exagero começa quando alguém tem a desfaçatez de vir propor o fim do pagamento das portagens quando tinha a responsabilidade de executar uma decisão tomada no Parlamento por iniciativa do PSD para redução do pagamento e nem essa foi capaz de implementar”, criticou.
Com Pedro Nuno Santos a anunciar várias promessas eleitorais, parece que “há petróleo no Largo do Rato”: “De repente, é possível dar tudo a todos”, acrescentou Montenegro.
O PS governou nos últimos oito anos, lembrou o presidente do PSD, atirando também à promessa socialista de alterar os critérios para o Complemento Solidário para Idosos (CSI), retirando o rendimento dos filhos para a adesão ao suplemento. Luís Montenegro garante que também já tinha colocado essa proposta em cima da mesa.
“O PS já pondera mexer nos critérios para o CSI. É sinal de que estão numa boa direção, mas governaram nos últimos oito anos. Se havia algum problema com os critérios já podiam ter resolvido. É que nós não estamos no Governo”, responsabilizou.
Montenegro fica “atónito” por ver a discussão em torno de uma medida que o PSD “tinha colocado em cima da mesa”, apesar de os socialistas “nunca terem achado que as condições para o CSI estavam mal”.
Montenegro recusa prometer "tudo a todos"
No fim de contas, os social-democratas entendem que é uma questão de “credibilidade” política, com Montenegro a alertar que não contam com ele para “responder que sim a todas as reivindicações a seis semanas das eleições”.
“Se é esse o primeiro-ministro que procuram, eu não sou esse primeiro-ministro”, acrescentou.
Luís Montenegro encerrou o encontro “Aliança Democrática Legislativas 2024”, que decorreu no Luso, e onde também discursou o presidente do CDS-PP, Nuno Melo.