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Prato do Dia: Cordel, em Coimbra

Reprodução Instagram/@cordel_restaurante

Entre o Portugal dos Pequenitos e o Convento de Santa Clara, Coimbra tem uma jóia restaurativa que deve acarinhar. De resto, tem vindo a impor-se entre os locais como destino habitual para as suas celebrações e momentos felizes em família ou amigos. Dá pelo nome de Cordel e tem o chef Paulo Queirós como proprietário e cozinheiro. Tudo o que acontece no seu restaurante tem uma razão de ser e busca conquistar novos adeptos para a sua cozinha.

Sentamos-nos à mesa e percebemos a busca da diferença por que pauta o seu labor. Há várias entradas disponíveis e bem executadas, as simples e vezeiras azeitonas aqui são temperadas com tomilho serpão e laranja. Também encontramos uma entrada de camarão salteado com azeite e alho, com sabores muito bem afinados ao mesmo tempo que cumpre função petisqueiro. E a perdiz de escabeche à moda de Coimbra que aqui se prepara é uma maravilha, receita de sempre, respeitando o modo antigo de a preparar.

O chef é um artista de pensamento livre e reflete isso mesmo no cardápio. O seu bacalhau confitado com puré de grão e legumes é uma ode à tradição, enquanto o excecional robalo em espumante Bairrada e tomate fresco é um hino à produção local. No capítulo da carne, há que perguntar logo no início da refeição se há chanfana e havendo, é mesmo de experimentar. É um prato de grande excelência. Igualmente atraentes são as bochechas de Porto estufadas em vinho tinto Bairrada, tenras e saborosas. Genial é o arroz de carqueja beirão, feito com carne em vinha d’alhos e enchidos tostados, fica na memória para sempre.

A refeição merece uma doce terminação, sugiro uma fatia do delicioso pudim das clarissas ou os finos e saborosos pastéis de Santa Clara. Quando o tempo está de feição, opte por uma mesa no terraço panorâmico, dali vê-se Coimbra e o resto do mundo. Há ainda uma visita que se impõe fazer que é à mercearia, no piso térreo. Aí estão disponíveis especialidades para comer e não só, com o bónus de poder levar para comer em casa.

Fernando Melo