Política

Pedro Nuno Santos sem receio da inflação: PS "é cauteloso", AD acredita em "milagre"

Pedro Nuno Santos Rita Chantre / Global Imagens

O líder do PS garante que o cenário macroeconómico socialista "é cauteloso" e está "preparado para enfrentar a incerteza".

A inflação acelerou em janeiro, mas não coloca em risco o programa eleitoral e o cenário macroeconómico do PS. A garantia é de Pedro Nuno Santos que revela “cautelas” na elaboração do programa, “ao contrário” do que mostrou a Aliança Democrática (AD).

O secretário-geral do PS visitou na manhã desta segunda-feira os trabalhos de reabilitação do Bairro Vila Verde, no Entroncamento, que são “um bom exemplo” da articulação entre o Governo central e as autarquias.

Em declarações aos jornalistas, poucos minutos depois de conhecidos os números da inflação de janeiro, que aumentou para 2,3%, ou seja, 0,9 pontos percentuais acima de dezembro, Pedro Nuno Santos aproveitou para defender o trabalho socialista, em detrimento do “milagre fiscal” do maior adversário político.

“Nós apresentamos um cenário macroeconómico muito cauteloso, com muita precaução, ao contrário, por exemplo, da AD, que acredita no milagre do choque fiscal que querem trazer a Portugal. Nós preferimos fazer um cenário macroeconómico que, mesmo perante a incerteza, não nos vai deixar numa situação complicada”, sustentou.

O cenário macroeconómico socialista, que foi apresentado pelo ainda ministro das Finanças, Fernando Medina, é “cauteloso” e está “obviamente preparado para enfrentar a incerteza”. 

Ao lado de Alexandra Leitão, responsável pelo programa eleitoral do PS, mas também cabeça de lista do partido pelo círculo eleitoral de Santarém, Pedro Nuno Santos elogiou o trabalho da autarquia do Entroncamento, liderada pelo PS, para colocar mais casas ao serviço dos munícipes.

O bairro Vila Verde “é um bom exemplo de como se deve trabalhar em Portugal”, com a administração central a desenhar as políticas e as autarquias “a identificarem as necessidades e a executarem”.

“Estas rendas são claramente acessíveis, muito abaixo das rendas que são praticadas no mercado. Metade, às vezes 1/3 de rendas que são praticadas no mercado”, explicou.

Pedro Nuno Santos reforça que “não existem balas de prata” para resolver a crise da habitação, mas o arrendamento acessível “é um dos caminhos” que o PS “quer intensificar”. Os socialistas querem aumentar de dois para cinco por cento o parque habitacional público, uma meta já traçada pelo atual Governo de António Costa.

Francisco Nascimento