Política

"Lamento ter indicado aquele dado." Ministro admite que redução de 90% de alunos sem professor "não é credível"

Rodrigo Antunes/Lusa (arquivo)

"Se tivesse o conhecimento que tenho hoje, não o teria feito (...) Confesso que já não acredito nestes números [fornecidos pela DGEstE]. Para mim deixaram de ter validade", diz Fernando Alexandre

Afinal, o número de alunos sem professor a pelo menos uma disciplina pode não ter diminuído 90%. O ministro da Educação, Fernando Alexandre, admitiu esta quinta-feira que os dados que apresentou na semana passada não são fiáveis. 

Em resposta ao Expresso, Fernando Alexandre faz um mea culpa: "Lamento ter indicado aquele dado. Se tivesse o conhecimento que tenho hoje, não o teria feito (...) Confesso que já não acredito nestes números [fornecidos pela DGEstE]. Para mim deixaram de ter validade. Simplesmente não são credíveis."

Até à semana passada, havia 2238 alunos que ainda não tinham tido aulas a pelo menos uma disciplina desde o início do ano letivo. Segundo as contas antes apresentadas pelo ministro da Educação, esse valor corresponderia a uma redução de 90% face aos quase 21 mil alunos sem aulas a pelo menos a uma disciplina no primeiro período de 2023. 

Fernando Alexandre reconhece agora que as contas podem não ser essas e qualquer comparação com o ano letivo passado é neste momento impossível. Perante todas as contradições, o ministro decidiu agora pedir uma auditoria externa aos dados sobre alunos sem aulas no passado ano letivo. 

Já sobre o diretor-geral dos Estabelecimentos Escolares, Fernando Alexandre afirma que não vai tomar nenhuma decisão sobre a sua continuidade até aos resultados da auditoria.

Rui Oliveira Costa