O fogo deflagrou na quarta-feira no concelho da Ribeira Brava e as chamas atingiram depois os de Câmara de Lobos e Calheta
As duas frentes de incêndio que lavravam no concelho de Câmara de Lobos, na Madeira, estão controladas. A informação foi avançada, esta segunda-feira, à TSF pelo presidente da autarquia, Leonel Silva.
"Na área territorial de Câmara de Lobos, neste momento, temos a situação controlada e não temos focos de incêndio ativos, durante a noite conseguimos já resolver o incêndio", adianta o autarca de Câmara de Lobos.
Leonel Silva explica que no Curral das Freiras já foi autorizado, no domingo, o regresso das pessoas às habitações. "No caso da Fajã das Galinhas, é uma situação um pouco diferente. Só conseguimos extinguir os focos há poucas horas, de maneira que ainda não percebemos se já estão reunidas as condições. Temos de ir lá verificar o local, porque é um acesso que tem problemas de derrocadas de pedras e teremos de ver se estão reunidas as condições para as pessoas regressarem", acrescenta.
Já na Ribeira Brava, as preocupações aumentam. Neste momento, há três frentes de fogo ativas que, ao longo do dia, podem colocar habitações em risco. O alerta foi feito à TSF pelo vereador da Proteção Civil da Ribeira Brava, Paulo Andrade.
"Temos três incêndios ativos que, na zona do Campanário, oferece menos preocupação, mas de um momento para o outro pode mudar devido ao vento e às condições climatéricas. Estou mais preocupado agora com as zonas altas da Ribeira Brava. Vem a descer em direção às habitações e tudo indica que durante o dia de hoje vai chegar perto das habitações. Aproveito esta ocasião para apelar às pessoas para se deslocarem para zonas menos perigosas, para irem para casa de familiares e eventualmente, se não tiverem familiares, temos o pavilhão gimnodesportivo aberto para recebê-los, onde temos alimentação, enfermeiros e auxiliares e assistentes sociais", sublinha.
Paulo Andrade agradece ainda o apoio enviado pelo continente e pelos Açores para a Madeira. "Os efetivos que vieram têm sido uma grande ajuda, são importantes porque o incêndio já começou na quarta-feira, já vamos para o sexto dia e não tem sido fácil. Em princípio, o vento vai estar mais calmo. O vento, estando calmo, leva mais tempo a chegar perto das habitações, mas de um momento ou outro pode haver mudança de vento e ser mais rápido. Ele vai chegando aos poucos, de repente o vento muda e tudo leva a crer que vai chegar perto das habitações", avisa.
O incêndio deflagrou na quarta-feira no concelho da Ribeira Brava e as chamas atingiram depois os de Câmara de Lobos e Calheta. Desde o dia 14 de agosto, mais de 500 profissionais, incluindo 400 bombeiros e 120 polícias florestais, foram destacados de forma rotativa para combater o incêndio que deflagrou na Serra de Água e se estendeu a outros municípios, segundo a Proteção Civil do arquipélago.
Pelo menos 160 pessoas foram retiradas das suas habitações devido ao incêndio, tendo sido instalados em equipamentos públicos.
O arquipélago da Madeira está sob aviso laranja até às 18h00 desta segunda-feira, passando depois a amarelo até às 18h00 de terça-feira por causa do tempo quente.
O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe "situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Está previsto céu muito nublado, possibilidade de ocorrência de chuva fraca até ao início da manhã nas vertentes norte e terras altas.
Está também previsto vento fraco a moderado de norte/nordeste, soprando moderado a forte e por vezes com rajadas até 70 km/h nas terras altas e nos extremos leste e oeste da ilha da Madeira.
No Funchal as temperaturas vão variar entre os 23 e os 29 graus e no Porto Santo entre os 22 e os 27 graus.
Notícia atualizada às 09h05