Política

Pedro Nuno Santos desafia Montenegro a clarificar se viabiliza governo do PS

Nuno Veiga/Lusa

Depois de ter revelado, no debate televisivo, que não apresentará nem viabilizará moções de rejeição do programa de um Governo liderado pelo PSD, sem se comprometer da mesma forma com um eventual primeiro Orçamento, o líder do PS quer perceber com o que contar do lado da AD.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, reforçou esta terça-feira que só governará se vencer as eleições ou conseguir uma maioria parlamentar e exortou o líder do PSD, Luís Montenegro, a clarificar a sua posição.

"Eu ontem [segunda-feira] fui muito claro sobre isso. Nós só governaremos se ganharmos ou se conseguirmos formar uma maioria. Infelizmente, ainda não recebemos do PSD uma resposta à viabilização de um governo do PS", afirmou o líder dos socialistas, durante uma arruada, em Beja.

Pedro Nuno Santos falava sobre o debate televisivo da noite de segunda-feira, considerando que "correu bem" e "foi clarificador".

Confrontado com uma declaração posterior de Luís Montenegro, que afirmou que o PS vai viabilizar um Governo da AD porque "sabe que vai perder", o líder socialista ripostou que "não faz sentido" e insistiu que "simplesmente" respondeu a "uma pergunta que foi feita aos dois" e "ele não respondeu".

"Essa resposta é só de alguém que quer fugir a uma pergunta que lhe tem sido sistematicamente colocada desde o início. Repito: o PS só governa de ganhar ou conseguir formar uma maioria", contra-atacou.

Questionado, por outro lado, sobre a situação nos Açores, Pedro Nuno Santos destacou que "as realidades são diferentes", mas voltou a acusar Luís Montenegro de "silêncios" e "respostas redondas".

"Nos Açores votam-se programas de Governo. Os socialistas açorianos vão ser confrontados com a votação de um programa. Isso não acontece no parlamento. Eu, sobre isso, já disse o que tinha a dizer. Quem falta responder é líder do PSD", atirou.

O líder do Partido Socialista esteve em pré-campanha para as eleições legislativas de 10 de março, em Beja, um dia após o debate com Luís Montenegro, líder do PSD, que encerrou, na segunda-feira, o ciclo de frente a frente televisivos.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 07 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.

A campanha eleitoral para as legislativas vai decorrer entre 25 de fevereiro e 08 de março.

Lusa