Sociedade

"Reunidas as condições." Sindicatos enviam carta ao Governo a pedir cumprimento do calendário negocial com sapadores

David Alvito/TSF (arquivo)

Em declarações à TSF, a Fesap apela à responsabilidade do Governo e defende que os sindicatos não podem ser castigados por causa de protestos que não organizaram

Quatro sindicatos envolvidos nas negociações com o Governo para a valorização da carreira e questões salariais dos sapadores-bombeiros enviaram uma carta ao Executivo a pedir o cumprimento do calendário negocial.

O Governo liderado por Luís Montenegro suspendeu na terça-feira as negociações com esta classe, após protestos dos bombeiros à porta da sede do Executivo, que envolveram petardos e tochas. Estas serão apenas retomadas quando houver tranquilidade.

O secretário-geral da Fesap, José Abraão, aponta, contudo, que "até ao momento não há nenhuma razão" para que as discussões não sejam retomadas.

"Temos um protocolo negocial que subscrevemos e assinamos de boa-fé todos - quer o Governo quer os sindicatos. Há um calendário que está marcado, com uma reunião no próximo dia 13 e outra no dia 20", sublinha, em declarações à TSF.

José Abraão adianta que o documento dá conta que "estão reunidas as condições para que o processo negocial continue, que possa chegar a bom porto, resolvendo os problemas dos sapadores-bombeiros", mas também daqueles que foram considerados "prioritários".

O sindicalista apela por isso à responsabilidade do Governo e defende que os sindicatos não podem ser castigados por causa de protestos que não organizaram. 

"Não se pode penalizar as organizações sindicais disponíveis para a negociação com um protocolo que foi assinado por todos de boa-fé, porque não assiste responsabilidade no sentido de que as pessoas se manifestem e protestem", afirma. 

José Abraão confessa que a convicção da Fesap é de que, "se o processo negocial foi retomado - respeitando o protocolo e o calendário que está estabelecido -, estão reunidas as condições para que o processo negocial continue".

O documento seguiu para os secretários de Estado da Administração Pública, Administração Local, Florestas e Proteção Civil, estando os sindicatos a aguardar resposta.

Guilhermina Sousa