Política

"Pontaria não faltou." Luís Montenegro atingido com tinta verde na cabeça

Filipe Santa-Bárbara/TSF

Jovem que atirou a tinta foi detido. Para o presidente do PSD, a ação de protesto do grupo de ativistas pelo clima "não era necessária".

O líder do PSD, Luís Montenegro, foi esta quarta-feira alvo de uma ação de protesto do movimento Fim ao Fóssil, tendo sido atingido na cabeça com tinta verde durante a sua visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

"Pontaria não faltou (...). Tenho todo o respeito por pessoas que manifestam as suas ideias", reagiu o presidente do PSD, em declarações aos jornalistas, acrescentando que "era mais fácil" reivindicar as causas climáticas através do diálogo.

Luís Montenegro insistiu que está "focado em dar resposta aos problemas dos portugueses e em contribuir para um mundo sustentável". 

"Tenho um compromisso muito grande com as preocupações climáticas. De tal maneira, na organização do Governo, organizarei um Conselho de Ministros temático e especializado para a transição climática e energética", notou.

Fonte da comissão nacional da direção da PSP confirmou à TSF que o jovem que atirou a tinta atingindo o líder do PSD foi detido por ofensa à integridade física e dano depois de ter sido apresentada uma queixa, que não terá partido de Luís Montenegro.

Foram identificadas pelo menos outras três pessoas.

Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram a ação argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".

"Nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática. Nenhum programa político prevê como vamos fazer a transição justa nos prazos da ciência. Vivemos em emergência climática. Nenhum partido tem legitimidade para criar governo se continuar a ignorar a maior crise que a humanidade já enfrentou", lê-se numa mensagem partilha pelos ativistas na rede social Telegram.

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, parceiro de coligação do PSD nas listas da AD, que acompanhava Luís Montenegro na visita, considerou tratar-se de um "ato cobarde e infantil". No entanto, o social-democrata escusou-se comentar estas declarações, sublinhando apenas que ação de protesto "não era necessária".

Esta não é a primeira vez que políticos são alvo de ativistas pelo clima armados com tinta. Em outubro do ano passado, o ministro das Finanças, Fernando Medina, foi atingido com tinta verde enquanto falava numa aula aberta na Faculdade de Direito, em Lisboa. 

Meses antes, em setembro, três jovens ativistas pelo clima arremessaram balões de tinta verde contra o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, durante a abertura da CNN Portugal Summit, em Lisboa.

Notícia atualizada às 12h56

Maria Ramos Santos