Política

Orçamento está fechado sem acordo com PS sobre IRC. Montenegro convicto de que será "viabilizado"

Gerardo Santos (arquivo)

"A forma como o PS vai votar, tem de ser anunciada pelo PS. Acatarei a decisão do PS", afirma o primeiro-ministro. Sobre o Chega, afastou qualquer tipo de negociação, porque "não é possível ter um diálogo com um catavento"

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garante que as negociações para o Orçamento do Estado estão fechadas, mesmo não havendo acordo com o PS sobre o IRC, mas apresenta-se convicto de que será viabilizado.

"[O processo de negociações] chegou ao final. O Conselho de Ministros vai reunir amanhã às 09h30 e vamos aprovar a proposta final que vamos submeter no dia seguinte ao Parlamento nos termos da lei. O Orçamento que vamos entregar na Assembleia da República contempla todas as bases da negociação que fizemos com o PS, que é aquilo que está aprovado para o ano de 2025. Há apenas um ponto que não está ainda consagrado (...) A única coisa sobre a qual não tivemos entendimento é que o PS propôs, mas nós não podemos aceitar, o compromisso do Governo para o nos anos subsequentes não poder tornar a propor descidas do IRC", disse o primeiro-ministro em entrevista à SIC.

E explica: “Remetemos essa discussão para os anos seguintes, achamos que não sentido de todo condicionar o Governo dessa maneira, também não fazia sentido pedir ao PS que aprovasse três ou quatro orçamentos.”

Luís Montenegro acredita que a questão do IRC "não é birra", nem do lado do PS, nem do lado do Governo, sendo apenas "visões diferentes".

"A forma como o PS vai votar, tem de ser anunciada pelo PS. Acatarei a decisão do PS (...) A minha convicção é que o Orçamento vai ser viabilizado. Vamos ter Orçamento de Estado para 2025 e teremos um Orçamento do Estado equilibrado", crê o chefe de Governo.

Mas Montenegro acredita que se vai manter a normalidade: "Isto não inibe o PS de ser partido da oposição e não inibe o Governo de inverter um ciclo de 8 anos de estagnação e deterioração dos serviços públicos."

O primeiro-ministro recusa que o Governo fique fragilizado com as negociações com o PS e admite até que possa ter sido "obtida em sede de IRS Jovem uma escolha mais equilibrada".

Quanto ao Chega, o líder do Governo afasta qualquer tipo de negociações com o partido liderado por André Ventura.

"O Chega já teve seguramente mais de dez posições nos últimos dias. Os deputados do Chega farão o que entenderem. Está afastada qualquer negociação com o Chega. Não é possível ter um diálogo com um catavento", acusa.

Garantindo as suas pretensões de reformar o país, Luís Montenegro garante que este será o seu último trabalho na vida política.

"O Governo pensa no futuro do país. Aquilo que estou a fazer será o meu último contributo na política. A seguir a ser primeiro-ministro, não serei mais nada na política", avisa.

Rui Oliveira Costa