Política

Ventura aponta figuras do PSD que defendem acordo com o Chega. Visados negam conversas

Nuno Veiga/Lusa

O líder do Chega lançou os nomes de Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas, Ângelo Correia e Rui Gomes da Silva como alguns daqueles que defendem um entendimento pós-eleitoral à direita com o partido de André Ventura.

André Ventura apontou esta segunda-feira os nomes Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas, Ângelo Correia e Rui Gomes da Silva como figuras que defendem um acordo de governo à direita com a inclusão do Chega após o dia 10 de março.

"O desafio é este. É dizer aos portugueses cara a cara, nós, se tivermos essa maioria parlamentar, estamos dispostos a criar um entendimento, como aconteceu em Itália, como aconteceu noutros países. Infelizmente, a AD não compreende isso para já, ou pelo menos Luís Montenegro. No PSD há muita gente compreende isso. Alguns até se têm feito ouvir. Não, não sou eu que tenho que aqui referir os nomes deles. Ângelo Correia, Rui Gomes da Silva, Miguel Relvas. O próprio Pedro Passos Coelho, no final do discurso, disse: ‘Luís, eu sei que terás de encontrar as forças necessárias para fazer uma maioria.’", afirmou o líder do Chega em entrevista à RTP.

André Ventura garante que estes nomes "são umas das forças do PSD" que apoiam um acordo de governo entre a AD e o Chega no pós-eleições, essa que é a "única hipótese" para formar uma maioria: "É o PSD e o Chega ou o PSD ou o Chega. As sondagens todas, a não ser que estejam todas erradas, mostram que só PSD e Chega terão maioria. Portanto, a opção é clara: ou sustentar o PS, ou ter um governo de direita."

Ângelo Correia e Miguel Relvas negam conversas do Ventura

Dois dos nomes avançados por André Ventura que estariam de acordo com um entendimento entre o PSD e o Chega para governar negaram que o tivessem conversado com o presidente do Chega.

Contactado pela TSF, não quis prestar declarações, mas garantiu que o que o líder do Chega afirmou é falso e que nunca falou com André Ventura. Ângelo Correia também garantiu à TSF que não fala com o presidente do Chega desde 2008 ou 2009, quando Ventura era militante social-democrata e apoiava a candidatura do ex-ministro da Administração Interna à presidência da Assembleia Municipal de Sintra, recusando prestar mais declarações.

"PSD não deixará que PS governe por capricho de Montenegro." Ventura garante que "já houve conversas"

Já na noite desta segunda-feira, André Ventura voltou ao tema para dizer que "essas forças vivas do PSD" não deixarão que o PS forme governo por um "capricho" do líder da AD.

"O PSD, quando eu chamei as forças vivas e alguns já disseram publicamente, não deixará que o PS governe por causa de um capricho de Luís Montenegro. O que eu disse hoje numa entrevista à RTP foi que algumas destas pessoas, inclusivamente, já disseram que Luís Montenegro tinha de encontrar uma solução. Falei de forças vivas e depois disse assim, inclusivamente, já várias figuras importantes do PSD disseram que o PSD tinha de encontrar soluções e que não era por um capricho de Montenegro que íamos ficar sem governo à direita", disse o presidente do Chega.

André Ventura recusa revelar os nomes das "forças vivas" do PSD, mas assegura que "já houve conversas" entre os dois partidos para um entendimento pós-eleitoral.

Fátima Valente