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Israel alerta para manutenção da instabilidade regional se Hamas continuar no poder

O cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor este domingo EPA/Abir Sultan

“Se o Hamas continuar no poder, é provável que a instabilidade regional que está a causar se mantenha. Não há futuro de paz, estabilidade e segurança para ambas as partes se o Hamas continuar no poder na Faixa de Gaza”, adverte o ministro Gideon Saar

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, advertiu este domingo que a “instabilidade regional” pode persistir se o Hamas continuar no poder em Gaza, pouco depois da entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano.

“Se o Hamas continuar no poder, é provável que a instabilidade regional que está a causar se mantenha. Não há futuro de paz, estabilidade e segurança para ambas as partes se o Hamas continuar no poder na Faixa de Gaza”, advertiu numa conferência de imprensa em Jerusalém.

Saar reiterou a determinação do seu Governo em alcançar “todos os objetivos da guerra definidos pelo gabinete de segurança”: o regresso de todos os reféns mantidos em cativeiro em Gaza, o desmantelamento das capacidades militares e governamentais do Hamas e a criação de uma situação que garanta que a Faixa de Gaza nunca mais será uma “ameaça” para o Estado de Israel.

“Infelizmente, ainda não atingimos o objetivo” de desmantelar o Hamas, apesar de os golpes desferidos pelo Exército israelita terem reduzido o movimento de "um exército terrorista" para "um grupo de guerrilha", acrescentou.

“Em teoria, podemos alcançar [o objetivo de desmantelamento do Hamas] através de um acordo, mas isso terá de ser negociado na primeira fase” do acordo de cessar-fogo, disse.

Esta primeira fase, com a duração de seis semanas, deverá conduzir à libertação de 33 reféns israelitas mantidos em cativeiro em Gaza, em troca da libertação de cerca de 1900 palestinianos detidos por Israel. A transição para a segunda fase do acordo “não é automática”, declarou Saar.

O cessar-fogo foi adiado este domingo de manhã após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter acusado o Hamas de não ter entregado a lista com os nomes dos três reféns que deveriam ser libertados ainda este domingo.

O grupo islamita afirmou estar comprometido com o acordo de cessar-fogo e disse que o atraso se deveu a “razões técnicas no terreno”, sem dar mais pormenores.

No sábado à noite, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu descreveu a trégua como um “cessar-fogo provisório”. “Mantemos o direito de retomar a guerra se necessário, com o apoio dos Estados Unidos”, afirmou.

Lusa