Sociedade

Presidente do INEM demite-se devido a divergências com o Ministério da Saúde

O Presidente do INEM, Luís Meira Gustavo Bom/Global Imagens

À TSF, o presidente do STEPH refere que "compreende e aplaude" a saída de Luís Meira. "A gestão nos últimos anos tem levado a uma degradação constante do serviço de emergência médica", diz ainda

O presidente do INEM, Luís Meira, apresentou esta segunda-feira a demissão à ministra da Saúde, avança a SIC Notícias. Em causa estão divergências com o Ministério da Saúde devido aos contratos dos helicópteros de emergência médica. 

A decisão foi anunciada depois de uma reunião com a ministra Ana Paula Martins.

Este domingo, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Emergência Médica trocaram acusações quanto à renovação dos referidos contratos. O Ministério afirma que o INEM podia ter aberto novo concurso e, por sua vez, a instituição até agora liderada por Luís Meira assegura que, apesar de muita insistência, o Governo não aprovou em Conselho de Ministros uma nova resolução que lhe permitisse lançar o concurso.

O Ministério da Saúde, contactado pela TSF, não confirma para já a demissão e anuncia que em breve vai emitir um comunicado.

Ouvido pela TSF, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, diz que "compreende e aplaude" a saída de Luís Meira. 

"Para nós, a responsabilidade é, sobretudo, do INEM, uma vez que devia ter previsto e sabia quando o ajuste direto anterior ia terminar. Já no final do ano passado, avançou-se precisamente o ajuste direto pela incapacidade de lançar um concurso internacional, agora pelo mesmo motivo avançamos para outro ajuste direto, prejudicando assim o horário público e os cidadãos que ficam com o serviço inferior ao que era suposto e que tivemos até ao final de 2023", refere ainda.

"A gestão nos últimos anos tem levado a uma degradação constante do serviço de emergência médica", conta igualmente o representante dos STEPH. Agora, espera que o sucessor de Luís Meira não se esqueça dos trabalhadores e que "venha com vontade de construir pontes": "[Estamos] Expectantes de quem se possa vir a seguir, com que intenções virá e se virá disposto a trabalhar junto das estruturas representativas dos trabalhadores [o que] envolve um serviço de emergência médica cada vez mais eficaz e eficiente."

Notícia atualizada às 17h53

Rita Costa