Mundo

Donald Trump abre "era dourada" contra todos os "inimigos" externos e internos

A cerimónia de posse de Donald Trump Kenny Holston/AFP

Donald Trump tornou-se esta segunda-feira oficialmente Presidente dos Estados Unidos. No discurso, decretou emergência nacional na fronteira e disse que quer chegar a Marte

"A era dourada da América começa agora": foram estas as palavras que marcaram o discurso inaugural de Donald Trump que, esta segunda-feira, tornou-se o 47.º Presidente dos Estados Unidos. Com o republicano no poder, só há dois géneros, uma emergência energética e na fronteira sul, e a bandeira americana será pousada em Marte.

"A era dourada da América começa agora. A partir deste dia, o nosso país florescerá e será respeitado em todo o mundo mais uma vez. (...) Seremos de novo uma nação rica e respeitada", começou por dizer o Presidente norte-americano, na cerimónia de posse, no Capitólio, em Washington.

Donald Trump fez referência ao tiro que levou na orelha durante um comício na Pensilvânia, recuperando o slogan de campanha: "Sobrevivi para tornar a América grande novamente." Ainda com referências passadas, Trump assinalou o dia de posse como "o dia de Martin Luther King", garantido que o país “vai trabalhar para tornar os seus sonhos realidade”. 

O Presidente norte-americano não poupou críticas à administração Biden e deixou a promessa: "O declínio da América acabou." Como? Trump anunciou uma série de medidas para responder à questão, a começar pelos imigrantes ilegais.

"Primeiro, declararei o estado de emergência na nossa fronteira sul. Todas as entradas ilegais serão imediatamente bloqueadas e iniciaremos o processo de devolução de milhões e milhões de estrangeiros criminosos de onde vieram. (...) Acabarei com a prática de apanhá-los e libertá-los", disse. 

Durante a cerimónia de posse, a Casa Branca anunciou em comunicado que, à semelhança do que já tinha acontecido, os Estados Unidos vão abandonar o Acordo de Paris sobre o Clima. Como Presidente, Trump também prometeu aumentar a produção de petróleo e eliminar os subsídios criados pelo seu antecessor Joe Biden para a compra de veículos elétricos.

Hoje vou ainda declarar uma emergência nacional de energia. (...) A América vai voltar a ser um país de produção industrial.

Seguiu-se a política de género do país. O novo Presidente manifestou intenção de recuperar "a lei e ordem" na realidade dos norte-americanos e, por isso, uma das promessas é criar "uma sociedade daltónica e baseada no mérito", onde “só há dois géneros: masculino e feminino”.

Esta visão será aplicada também às Forças Armadas "focadas em derrotar os inimigos da América", afirmou.

Acima de tudo, a minha mensagem é que chegou a altura de agirmos com coragem. Ao libertarmos a nossa nação vamos virá-la para novos picos de sucesso. (...) A América vai aumentar as expectativas. Iremos até às estrelas para pousar a bandeira americana em Marte.

Donald Trump prometeu ainda que "o Golfo do México vai passar a ser o Golfo da América" e que o canal do Panamá será retomado, duas medidas que, para o Presidente, elogiam o legado de William McKinley.

O discurso inaugural durou cerca de 30 minutos, tendo Trump acabado como começou: "Vamos tornar a América grande novamente. O futuro é nosso. A era dourada acabou de começar."

Maria Ramos Santos