Lifestyle

Ir com sede ao pote e o projeto Ferrugem 2.0

Clara Tapadas e Miguel Magalhães

O premiado ciclo ‘Ir com sede ao pote’, de cozinha de fogo e potes ao ar livre, volta a animar, em 10 sessões, o quintal da Casa Ana Monteiro, vizinha do famalicense restaurante Ferrugem.

Ao atingir a maioridade sob o comando do chefe e proprietário Renato Cunha, o restaurante Ferrugem, na Portela (Famalicão), no Caminho de Santiago e na Rota Camiliana, é hoje um destino gastronómico por excelência.

Técnica, inovação e criatividade são a trilogia em que o chefe se baseia para criar emoções e fazer as pessoas felizes à mesa. Para servir bem, outro desígnio da casa, conta com «uma equipa jovem e sem vícios», como sublinha, uma vez que a formação é outra das áreas preferidas de Renato Cunha, também docente por vocação.

A sustentabilidade é uma das preocupações do chefe, que contou uma vez mais com a preciosa e entusiástica ajuda da esposa, Anabela Rodrigues Cunha, arquiteta de profissão, para desenhar o projeto integrado Ferrugem 2.0, em que se incluem duas unidades de alojamento local: Casal de Maganhe, uma construção medieval, e Casa Ana Monteiro.

A sustentabilidade em todas as vertentes – ambiental, económica e empresarial ~é a trave-mestra do processo ao longo do qual «o produto de origem sustentável e oriundo das proximidades, logo é mais autêntico, tem de ser trabalhado. Para tal, é necessário usar a técnica ao serviço do produto», refere o chefe.

Aliás, a ementa do 1.º jantar festivo comemorativo dos 18 anos do Ferrugem reviveu esse percurso do restaurante, em vários momentos que sublinharam a mestria do labor culinário: da frescura do iogurte de camarão da costa e carabineiro e também do carapau de escabeche, algas e óleo de camarão da costa; à saborosa canja de galinha de raça amarela; à esplendorosa feijoca branca (de produção própria), samos, línguas de bacalhau e paia de toucinho; no topo ao incrível peixe galo de cabidela e ao acém de vaca assado cozinhado durante seis hora e ratatouille.

Para terminar em apoteose, marmelada de nabo de Gandra, queijo de cabra bio de Idanha-a-Nova coberto com lâminas de amêndoa e um tributo ao abade de Priscos 4.0, envolvido por sugestivo invólucro de gelo.

As harmonizações exclusivamente com vinhos verdes, com perfis e estilos diferentes, resultaram em pleno.

Cozinha de fogo para avivar memórias

O êxito tem sido retumbante, gerado pela qualidade de uma experiência imersiva na ruralidade. ‘Ir com sede ao pote’ traduz o regresso às origens, à cozinha de chão, feita ao ar livre em potes de ferro fundido num ambiente elegante e descontraído.

O ciclo de 10 sessões entre 25 de maio e 5 de outubro está já definido para animar o bonito quintal e jardim da Casa Ana Monteiro, bem enquadrados na unidade de alojamento loca. Situado a escassos 200 metros do Ferrugem, é o espaço ideal para momentos de grande informalidade, de tertúlia à volta dos produtos e da técnica ancestral de cozinhar no fogo.

A paixão pelas origens reflete-se de modo esplendoroso no labor de Renato Cunha, que oficia nos potes com sabedoria e entusiasmo, contando com a participação de chefes convidados e

de produtores de vinho, desafiados a apresentar colheitas mais antigas em grandes formatos.

É uma experiência em contexto rural para além do restaurante de ‘fine dining’ e que valoriza um conjunto que integra duas unidades de alojamento local.

Datas e produtores presentes

As sessões já têm datas marcadas: 25 de maio; 8 e 22 de junho; 13 e 27 de julho; 3 e 17 de agosto; 7 e 21 de setembro e 5 de outubro.

A lista de produtores inclui Adega Casa da Torre e Secret Spot Wines; Aphros Wines; Aviworld; Crónica; Herdade do Sobroso; Palato do Côa; Quinta das Bágeiras; Quinta de Cottas; Quint5a do Crasto e Soalheiro.

A ‘Infusões com História’ é parceiro oficial do evento e prepara para cada sessão, em exclusivo, um lote especial com base em plantas aromáticas.

O ingresso de participação tem o valor de €100 por pessoa. Informações e inscrições – o número de lugares é limitado -- através do endereço eletrónico restaurante@ferrugem.pt ou do telefone 932 012 974.

António Catarino