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Governo britânico anuncia corte de 15% em custos operacionais na Função Pública

Andy Rain/EPA

A ministra britânica das Finanças afirma que prefere que "as pessoas trabalhem na linha da frente nas escolas e nos hospitais, na polícia, em vez de em cargos administrativos"

O Governo trabalhista britânico vai reduzir os custos operacionais da Função Pública em 15% em quatro anos, até ao final da legislatura, anunciou este domingo a ministra das Finanças, Rachel Reeves, tendo em vista consolidar as finanças públicas.

Rachel Reeves deverá apresentar, na quarta-feira, o Orçamento de Primavera, que vai servir como uma atualização económica e orçamental, onde é esperado o anúncio de novos cortes, depois de medidas já pouco populares para reformados, doentes e deficientes.

“Estamos empenhados, até ao final desta legislatura [em 2029], em reduzir os custos operacionais do governo em 15%”, declarou a ministra à BBC.

Segundo a BBC, isto permitiria poupar 2,2 mil milhões de libras por ano (2,6 mil milhões de euros). O Reino Unido tem cerca de 500 mil funcionários públicos.

“Reduziremos as funções administrativas e a burocracia”, acrescentou Rachel Reeves, detalhando que prefere que "as pessoas trabalhem na linha da frente nas escolas e nos hospitais, na polícia, em vez de em cargos administrativos", na Sky News.

“Estou confiante de que podemos reduzir o número de funcionários públicos em dez mil”, concluiu.

No âmbito de cortes da despesa pública, o governo britânico já anunciou a abolição da organização NHS England, que gere os serviços do sistema de saúde em Inglaterra, bem como um corte de 5 mil milhões de libras em benefícios para pessoas com deficiência ou doenças de longa duração.

O governo de Keir Starmer, que chegou ao poder em julho, enfrenta uma situação económica negativa, com os dados mais recentes a revelar uma queda de 0,1% no crescimento e uma inflação de 3% em janeiro.

O primeiro-ministro, no entanto, anunciou a intenção de aumentar o orçamento da defesa dos atuais 2,3% para 2,5% do PIB em 2027, e até 3% em 2029, em detrimento do orçamento dedicado à ajuda internacional ao desenvolvimento.

Lusa