Política

Instabilidade: maioria acredita que Governo não passa dos dois anos, nova crise penaliza todos. Pedro Nuno lidera oposição

O primeiro-ministro, Luís Montenegro Patrícia de Melo Moreira/AFP

A sondagem da Aximage para TSF-JN-DN mostra poucas expetativas em relação ao governo de Luís Montenegro que surge, neste estudo, com prazo de validade. Maioria chumba participação do Chega numa maioria de direita.

A vitória foi curta e, para 70% dos inquiridos, corresponde a um cenário de instabilidade política, com poucas expetativas sobre um governo que não vai cumprir a legislatura.

Mas esta sondagem também mostra que quem provocar a queda do Governo poderá sair penalizado na eleição seguinte e que a própria Aliança Democrática (AD) não sai a ganhar de uma nova crise política.

44% acreditam que se o governo for apeado, a AD terá um resultado pior, apenas 19% admitem um cenário mais favorável.

Caso seja o PS a forçar o derrube do Governo, 37% dos inquiridos antecipam que, numa nova eleição, o resultado dos socialistas será mais negativo, contra os 26% que admitem um saldo mais positivo.

Se, por outro lado, for o Chega a provocar a queda do executivo, as respostas são mais equilibradas: 39% preveem um resultado mais negativo, enquanto 32% acreditam que a votação no Chega pode aumentar.

A maioria dos inquiridos (67%) considera que Luís Montenengro deve manter o “não é não” sobre a participação do Chega no Governo e 60% dão nota negativa a uma maioria de direita que incluísse o partido de André Ventura, 26% aprovam.

Ventura perde para Pedro Nuno Santos a liderança da oposição. 53% indicam que será o secretário-geral socialista a comandar a fiscalização ao Governo de Montenegro, contra os 35% que referem o presidente do Chega.

A sondagem evidencia expetativas moderadas sobre o desempenho do novo primeiro-ministro, com ligeira vantagem dos 31% que consideram que Luís Montenegro vai estar à altura, enquanto 27% adivinham, desde já, uma má prestação.

Questionados sobre as escolhas dos nomes que integram o executivo, 34% aprovam, 20% chumbam.

Com 70% dos inquiridos a apostarem num cenário de instabilidade política e, apesar de Luís Montenegro ter dito que este não é um Governo de turno, 68% acreditam que não será cruzada a meta dos quatro anos da legislatura.

E quanto tempo vai durar este executivo? Quase metade dos inquiridos (49%) apontam para entre um e dois anos. 41% até encurtam o prazo de validade para um ano, só 8% acreditam que o governo pode durar entre dois e três anos.

Ficha técnica:

Sondagem de opinião realizada pela Aximage para JN/DN/TSF. Universo: indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 805 entrevistas efetivas: 707 entrevistas online e 93 entrevistas telefónicas; 372 homens e 428 mulheres; 180 entre os 18 e os 34 anos, 222 entre os 35 e os 49 anos, 202 entre os 50 e os 64 anos e 196 para os 65 e mais anos; Norte 281, Centro 173, Sul e Ilhas 128, A. M. Lisboa 218. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 29 de março e 3 de abril de 2024. Taxa de resposta: 78,15%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

Judith Menezes e Sousa