Apenas uma brigada permanece na região, estando encarregada de proteger o "corredor Netrazrim", que atravessa Gaza desde a área de Be'eri, no sul de Israel, até à costa da Faixa.
O exército israelita retirou todas as tropas terrestres do sul da Faixa de Gaza, com exceção de uma brigada. A informação foi avançada, este domingo, por um porta-voz militar de Israel, citado pela Al Arabyia.
A retirada acontece após quatro meses de combate na zona de Khan Yunis e quando passam seis meses do início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.
"Hoje, domingo, 7 de abril, a 98ª Divisão de Comando das FDI [Forças de Defesa de Israel] concluiu a sua missão em Khan Yunis. A divisão deixou a Faixa de Gaza para se recuperar e se preparar para operações futuras", afirmou o Exército israelita em comunicado enviado à AFP, confirmando que todas as tropas deixaram o sul de Gaza.
De acordo com o Times of Israel, a brigada Nahal permanece na região, estando encarregada de proteger o "corredor Netrazrim", que atravessa Gaza desde a área de Be'eri, no sul de Israel, até à costa da Faixa. Esta brigada tem como objetivo garantir um corredor entre o sul de Israel e a costa de Gaza, bloqueando o acesso ao norte do enclave e facilitando as operações no centro e norte da Faixa de Gaza.
A confirmação chega depois de, no sábado, o exército israelita (IDF) recuperar em Khan Yunis o corpo sem vida do refém israelita Elad Katzir, capturado pela Jihad Islâmica.
Os médicos do Instituto de Medicina legal identificaram o cadáver durante a noite e as autoridades informaram a família de Katzir, que foi sequestrado durante os ataques de 7 de outubro no kibutz Nir Oz, assim como a sua mãe, libertada durante a trégua de sete dias entre Israel e o Hamas, em novembro.
Os dois principais hospitais desta cidade, o Al Amal e o Nasser, ficaram completamente destruídos e inoperacionais depois do ataque das tropas hebraicas nos últimos meses com o argumento de que haveria alegados combatentes nas instalações.
Segundo adiantou o exército israelita em comunicado a 02 de abril, "dezenas de suspeitos" foram entregues às forças militares para "ser interrogados mais a fundo".
O exército israelita adiantou este domingo que antes da sua retirada do sul de Gaza, as suas unidades de combate levaram a cabo as últimas operações no bairro de Al Amal para concluir o desmantelamento da "infraestrutura terrorista".
Numa mensagem na rede social X, o ex-ministro da Justiça israelita Gideon Sa'ar criticou a retirada das tropas, assegurando que "a contínua redução do tamanho das forças" israelitas em Gaza afastou Israel de conseguir "alcançar os objetivos da guerra".
O próximo objetivo de Israel em Gaza parece ser a anunciada incursão militar em Rafah, no sul do enclave, onde vivem 1,4 milhões de deslocados e onde ainda permanecem, segundo as forças armadas israelitas, quatro batalhões do Hamas.
A incursão tem a oposição dos Estados Unidos, principal aliado militar de Israel.
O Ministério da Saúde do Hamas anunciou no sábado um novo balanço de 33.137 mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano em 07 de outubro.
Segundo um comunicado do ministério, 75.815 pessoas ficaram feridas em quase seis meses de guerra.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 33.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Notícia atualizada às 12h30