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Acordo de cessar-fogo: Israel liberta mais 183 prisioneiros palestinianos

Atef Safadi/EPA

Os prisioneiros palestinianos são libertados em troca dos três reféns devolvidos, este sábado, pelo Hamas

Israel liberta, este sábado, mais 183 prisioneiros palestinianos, em troca dos três reféns devolvidos pelo Hamas. Esta é a quinta troca de reféns por prisioneiros desde a entrada em vigor de um acordo de cessar-fogo entre o movimento islamita e Israel.

Os prisioneiros palestinianos libertados por Israel chegaram a Ramallah, entre gritos de "Alá é grande", onde foram recebidos por familiares e por centenas de palestinianos em delírio. Foram levados para Ramallah num autocarro da Cruz Vermelha que os transportou desde a prisão israelita de Ofer. Os libertados vão ser observados por equipas médicas, segundo a agência espanhola EFE.

Os três reféns libertados, esta manhã, pelo Hamas são Or Levy, 34 anos, com ligações a Portugal, Eli Sharabi, 52 anos, e o israelo-alemão Ohad Ben Ami, 56 anos. Foram entregues à Cruz Vermelha Internacional (CVI) em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, de acordo com imagens transmitidas em direto por vários canais de televisão.

Cada um deles saiu de um carro branco do Hamas. Foram levados para um palco montado pelo Hamas onde antes funcionários da CVI assinaram os documentos de receção dos reféns.

Os três homens apelaram ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que não interrompa o cessar-fogo e prossiga com as trocas de prisioneiros palestinianos.

"Peço ao Governo israelita que continue na via das negociações, peço-lhe que cumpra a segunda fase do acordo", disse Ohad Ben Ami, 56 anos, a partir de um palco rodeado de milicianos palestinianos, de acordo com imagens da televisão Al Jazeera do Qatar.

Ami, 56 anos, surgiu visivelmente mais magro e envelhecido após mais de um ano de cativeiro, segundo a agência espanhola EFE.

"Digo às famílias dos reféns que continuem [a lutar] até que o acordo para o regresso a casa de todos os reféns seja cumprido. Esta é a única forma de todos regressarem", acrescentou.

Eli Sharabi, 52 anos, e quase irreconhecível em comparação com a fotografia divulgada pelo Fórum das Famílias, pediu ao Governo israelita para aplicar o acordo até à terceira fase e a pôr fim à guerra.

Sharabi perdeu as duas filhas, de 13 e 16 anos, e a mulher, Lianne, mortas no ataque do Hamas ao kibutz de Beeri, em 07 de outubro de 2023, e não se sabe se o antigo refém tem conhecimento deste facto.

O terceiro refém, Or Levy, com ligações a Portugal, agradeceu ao braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam, por ter tido comida e água durante os 16 meses de cativeiro e insistiu na continuação do pacto.

"Quero que as negociações prossigam e que a guerra acabe", repetiu Levy, 34 anos, capturado à força no festival Nova, onde a mulher Einav foi morta, deixando o filho Almog, agora com 3 anos, ao cuidado de outros familiares. 

Os reféns disseram estas palavras, com uma expressão séria, antes de serem entregues a elementos do Comité Internacional da Cruz Vermelha Internacional (CICV).

O CICV levou-os depois a soldados israelitas estacionados na Faixa de Gaza, que os transferiram para uma base no sul de Israel, onde receberão um primeiro exame médico e serão reunidos com os familiares antes de serem levados para o hospital.

O acordo contempla uma primeira fase de tréguas de 42 dias, durante a qual deverão ser libertados 33 reféns e centenas de palestinianos detidos nas prisões israelitas.

TSF/Lusa