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Ministro israelita: "não há mais desculpas, é tempo de entrar com toda a força, sem pestanejar, para matar o Hamas" em Gaza

A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, após o ataque do Hamas a 7 de outubro, já provocou mais de 54 mil mortos e outros milhares de feridos Bashar Taleb/AFP (arquivo)

Esta reação de Ben Gvir surge após o Hamas expressar reserva à nova proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos por "significar, no fundo, a perpetuação da ocupação, a continuação dos assassinatos e da fome"

O ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir, defendeu esta sexta-feira que é tempo de entrar na Faixa de Gaza com toda a força necessária, após o Hamas expressar reserva à nova proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos.

"Depois do Hamas ter rejeitado mais uma vez o acordo proposto, não há mais desculpas (…). Já perdemos muitas oportunidades. É tempo de entrar com toda a força necessária, sem pestanejar, para destruir e matar completamente o Hamas" na Faixa de Gaza, afirmou Gvir na rede social Telegram, numa mensagem endereçada ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Ben Gvir refere-se à nova proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que visa colocar fim a quase 20 meses de uma guerra devastadora no pequeno território palestiniano, intensificada pelo ataque sem precedentes do Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou na noite de quinta-feira que a proposta de cessar-fogo dos EUA tinha sido aprovada por Israel. Não houve qualquer resposta oficial de Israel até ao momento.

Mais tarde, na quinta-feira, Bassem Naim, um dos líderes exilados do Hamas, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que a proposta não correspondia às suas exigências, pois "significa, no fundo, a perpetuação da ocupação, a continuação dos assassinatos e da fome".

Esta proposta "não vai ao encontro de nenhuma das exigências do nosso povo, incluindo o fim da guerra e da fome", enfatizou Naim, acrescentando que o movimento estava a considerar como responder.

De acordo com duas fontes próximas das negociações, a nova proposta dos Estados Unidos inclui uma trégua de 60 dias, prorrogável até 70, e a entrega pelo Hamas de 10 reféns vivos e nove mortos em troca da libertação de prisioneiros palestinianos durante a primeira semana, e uma segunda troca pelo mesmo número de reféns vivos e mortos durante a segunda semana.

Das 251 pessoas raptadas pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, 57 continuam detidas na Faixa de Gaza, das quais pelo menos 34 já morreram, segundo as autoridades israelitas.

A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, após o ataque do Hamas a 7 de outubro, já provocou mais de 54 mil mortos e outros milhares de feridos.

Lusa