Economia

Pedro Nuno Santos "a refletir", Montenegro "disponível para aprimorar" proposta de Orçamento

Embora admita que contraproposta não satisfaça todos os pedidos do PS, Montenegro fala numa "aproximação elevada" Gerardo Santos

Luís Montenegro assume-se "convicto" de que existem "todas as razões para que o PS viabilize o Orçamento do Estado"

O primeiro-ministro considera que a proposta apresentada esta quinta-feira ao secretário-geral do PS demonstra "um esforço intenso" do Governo para ir ao "encontro de muitas das preocupações" dos socialistas. Luís Montenegro diz-se, ainda assim, "disponível para aprimorar" o documento após o "tempo de reflexão".

O chefe do Governo fala “num quadro de aproximação” ao PS, no que toca ao IRC e ao IRS Jovem. No que diz respeito ao IRC, Montenegro revela que a contraproposta terá um custo de pouco mais de 300 milhões de euros, ao contrário dos atuais 500 milhões de euros.

“O esforço tem de ser o máximo possível”, diz, notando o “esforço” do Governo, em apelo a que a oposição siga o mesmo caminho nas negociações do Orçamento do Estado para 2025.

No IRS Jovem, o benefício será de 100% no primeiro ano de vida ativa, baixa para 75% no ano seguinte, baixando de forma faseada dos 50 para os 25%.

“Com a adoção desta proposta, damos cumprimento aos princípios do programa do Governo para estimular a economia e o investimento. Não deixamos de ter em vista atração de investimento externos. Por outro lado, em sede de IRS Jovem, alargamos âmbito de aplicação para todos os jovens”, sintetiza.

Luís Montenegro sintetiza “as preocupações” dos portugueses que “querem melhor a sua condição”, como é o caso dos salários baixos ou da qualidade da saúde. Também para “nos prevenirmos dos efeitos do exterior”, o primeiro-ministro considera indispensável a aprovação do Orçamento do Estado.

O primeiro-ministro está, por isso, “convicto” de que “há todas as razões para que o PS viabilize o Orçamento do Estado”, embora admita que os socialistas “não aderem a todo o conteúdo”. No entanto, “esta aproximação vai ao encontro de muitas das preocupações” do PS.

Montenegro garante que Pedro Nuno Santos está agora num "período de reflexão" para analisar a proposta que lhe foi entregue.

O chefe do Executivo insiste que foi feito um "esforço intenso" e uma "aproximação elevada".

Revela ainda assim que o Governo "está disponível para aprimorar" a proposta, depois do tempo de reflexão do PS, embora garanta que não há uma nova reunião marcada.

Quanto à duração da reunião, o primeiro-ministro rejeita “dar relevância” aos apenas 30 minutos de conversa. Este novo encontro cingiu-se “apenas na cedência que o Governo faz para uma plataforma de entendimento”.

Para Luís Montenegro, a proposta que o Governo colocou em cima da mesa, quanto ao IRS Jovem, “dá uma perspetiva de previsibilidade aos jovens”, que segue a linha de outras medidas já aprovadas, como “o alargamento das creches gratuitas e as medidas com vista à compra de habitação".

“Queremos dizer aos jovens para acreditarem em Portugal, com uma perspetiva de qualidade de vida em todo o território”, diz.

Embora admita que a proposta não vai totalmente ao encontro das perspetivas do PS, Montenegro entende que é mais relevante “não prejudicar” os portugueses, rejeitando o Orçamento do Estado.

“O PS tem espaço para sentir que tivemos respeito pelas suas ideias e que tivemos sentido de responsabilidade pelos portugueses”, acrescenta.

Francisco Nascimento