No Fórum TSF, Marina Gonçalves disse acreditar que as conversas entre o PS e o Governo sobre o Orçamento do Estado chegarão a um entendimento
O PS assegurou esta sexta-feira que está a negociar o Orçamento do Estado para 2025 "com seriedade e boa-fé" e garante que vai dar ao Governo uma resposta rápida sobre a contraproposta apresentada na quinta-feira por Luís Montenegro a Pedro Nuno Santos.
"Nós, desde o primeiro momento - não é de hoje, não é da semana passada -, dissemos que, a bem da estabilidade, nós queríamos fazer este processo com seriedade e com boa-fé. Aquilo que nós fazemos é tentar chegar também, com a tal boa-fé que falava, que implica também da nossa parte, algum cuidado na forma como fazemos o debate público, e por isso é que eu também tenho este cuidado de dizer que estamos a avaliar, que não é irrecusável ou não irrecusável a proposta, tal como ela foi apresentada, e é para isso que estamos a trabalhar", disse no Fórum TSF Marina Gonçalves, vice-presidente da bancada socialista e membro do Secretariado Nacional do partido, revelando acreditar que as negociações chegarão a bom porto.
Relativamente ao IRS, uma das linhas vermelhas do PS, Luís Montenegro anunciou que o Governo agora propõe baixar o imposto de 21% para 20% no próximo ano e reduzir em três anos para 17%, em vez dos 15% da anterior proposta. Os números não chegam ao que os socialistas pretendiam, mas Marina Gonçalves considera que é possível negociar.
"A proposta que é apresentada pelo Governo não abandona um modelo de redução da taxa de IRC, modelo esse que nós dissemos que, com ou sem modelação, era para nós uma medida que não deveria constar do Orçamento do Estado. Com isto, estou, na verdade, a repetir aquilo que dissemos no passado. Nós estamos a dizer que não há margem, nem condições para poder trabalhar sobre esta proposta. Eu ouvi, aliás, ontem a falar de cedência nesta medida. Aqui não há um abandono também de uma medida da parte do Governo", explica.
Quanto às alterações no IRS Jovem, um dos temas mais mediáticos da discussão do Orçamento do Estado, o primeiro-ministro anunciou mudanças, aproximando-se do modelo do PS que está em vigor, mas estende o benefício a todos os jovens, independentemente das habilitações que têm, aumentando de cinco para 13 anos o período de isenção.
Neste cenário, há espaço para dialogar: "Nós não dissemos que não queremos dialogar mais, não dissemos que a proposta é recusável, nem irrecusável, como é óbvio. Portanto, cabe-nos agora olhar para estas duas dimensões objetivas. É certo que no IRS Jovem o modelo apresentado pelo Governo é abandonado e são feitas alterações sobre o nosso modelo, e isto não quer dizer que nós estejamos de acordo com todas elas, mas também não quer dizer o contrário. Vou deixar aqui a porta aberta precisamente pela avaliação que está em curso."