Política

Ex-deputado do Chega Miguel Arruda acusado de oito crimes de furto qualificado. Imunidade parlamentar vai ser levantada

Miguel Arruda Leonardo Negrão (arquivo)

O Parlamento tem agora de votar o levantamento da imunidade do deputado. Miguel Arruda é suspeito do furto de malas no aeroporto de Ponta Delgada

Miguel Arruda, atual deputado não inscrito que foi eleito pelo Chega, é suspeito de oito crimes de furto qualificado. É o que consta do parecer da comissão de transparência do Parlamento, consultado pela TSF. O relatório será analisado esta quarta-feira durante a reunião da comissão e votado na sexta-feira em plenário.

"Nos elementos aportados pelo Tribunal é expressamente referida a existência de fortes indícios da prática pelo senhor deputado Miguel Arruda de factos suscetíveis de, em abstrato, configurarem a prática de oito crimes de furto qualificado", lê-se no documento.

O Tribunal Central de Instrução Criminal dá nota à Assembleia da República que os crimes correspondem a penas até cinco anos de prisão, pelo que a Assembleia da República tem de votar o levantamento da imunidade parlamentar para que Miguel Arruda possa “ser interrogado na qualidade de arguido”.

De acordo com o estatuto, “nenhum deputado pode ser detido ou preso sem autorização da Assembleia, salvo por crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a três anos e em flagrante delito”. Sendo um crime de furto qualificado "punido com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias”, o Parlamento é obrigado a autorizar o levantamento da imunidade.

Em causa estão suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade, tendo Miguel Arruda furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas do aeroporto de Lisboa quando viajava para os Açores, no início e no final da semana de trabalhos parlamentares.

Miguel Arruda, 40 anos, foi eleito deputado pelo Chega pelo círculo dos Açores nas últimas eleições legislativas, nas quais foi cabeça de lista.

Francisco Nascimento