Nacional

Lena D'Água: "Tropical Glaciar" no regresso aos discos

Rita Carmo

"Sempre que o Amor me Quiser", "Demagogia" ou "Vígaro Cá, Vígaro Lá" são marcas dos anos 80 na voz de Lena D'Água

Helena Maria de Jesus Águas, filha e irmã de craques do futebol do Benfica, ainda estudou sociologia e terminou o curso para ser professora do ensino primário, mas os palcos cantaram mais alto.

Nos anos 70 estreou-se, ao vivo, com os Beatnicks na festa dos finalistas do Liceu de Sintra. Gravou a solo ou com bandas como os Salada de Frutas, gravou inéditos de António Variações, participou no Festival da Canção mais do que uma vez, cantou em produções musicais como "As Canções do Século" ou em tributos a Elis Regina ou Billie Holiday.

Há muito mais no extenso currículo de gravações e de atuações de Lena D'Água, mas os anos 2000 começaram com a representação de Portugal no Festival da OTI, no México, e, depois, com a edição de um CD/DVD gravado ao vivo no Hot Club de Jazz, "Lena d'Água SEMPRE", com arranjos e direção musical do contrabaixista Bernardo Moreira e temas da cantora e de outros autores bem conhecidos da música portuguesa, mas as sonoridades do clube da Praça da Alegria.

Seguem-se mais reedições, mais um Festival da Canção e, finalmente, um álbum de originais em 2019; "Desalmadamente". Pedro da Silva Martins, músico dos Deolinda, e agora dos Cara de Espelho, foi a alma gémea que encontrou para as composições que agora canta, músico que, curiosamente, cresceu e viveu perto de Lena D'Água em Benfica.

Se em "Desalmadamente" era mais o 'eu' de Lena D'Água que estava refletido nas canções, em "Tropical Glaciar", o novo disco a ser editado na próxima sexta-feira, 15 de novembro, é a forma como a cantora tem olhado e analisado o mundo em que vivemos e que tem até divulgado, publicamente, em alguns textos.

"Ele está sempre atento", é assim que Lena D'Àgua descreve a forma como Pedro da Silva Martins chega às letras para as canções da cantora. Da ecologia às redes sociais, são diversos os temas abordados no novo disco que, antes da edição de dia 15, tem apresentação marcada já esta terça-feira, 12 de novembro, no Teatro São Luiz, em Lisboa, às 20h00.

Miguel Fernandes