O Presidente da República avisa que o próximo ano é crítico para a execução dos fundos europeus.
A cinco meses da entrega do Orçamento do Estado para o próximo ano, e sem maioria absoluta no Parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa começa a deixar avisos. O Presidente da República alerta que o chumbo não será “boa notícia”, desde logo, pela execução dos fundos europeus, e quer evitar “ruídos” que levem a uma crise política.
Um dia depois de ter estado reunido com presidentes de câmara de todo o país, o Presidente da República faz de porta-voz dos autarcas, em declarações aos jornalistas, alertando para a necessidade de o país viver sem crises políticas ou orçamentais.
“Eles estão muito empenhados na execução dos fundos europeus. É preciso executar os fundos europeus, recuperar algum tempo perdido e acelerar a sua execução. E os anos decisivos são este e 2025”, alertou.
O Orçamento do Estado para este ano foi aprovado, já em plena crise política, mas o do próximo ano continua uma incógnita. Para que seja viabilizado, o PSD e o CDS-PP têm de ter o apoio dos deputados do PS ou do Chega.
“Tudo o que seja, pelo meio, haver uma crise orçamental, não é uma boa notícia. Por isso é que eu disse que foi bom ter sido votado o Orçamento de 2024, está votado, e a valer para todo o ano”, acrescentou.
Está votado e aprovado, sublinha o Presidente da República, que apela ao mesmo desfecho para o Orçamento do próximo ano: “Eu penso exatamente o mesmo em relação a 2025”.
“É bom que seja votado o Orçamento de 2025, porque se não é assim pode-se correr o risco de isso criar problemas na prática na execução dos fundos europeus”, avisou o chefe de Estado.
Os fundos europeus como aviso, num alerta do Presidente da República para os partidos da oposição, desde logo, para o Partido Socialista. Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta que a execução do Plano de Recuperação e Resiliência é também uma preocupação dos autarcas socialistas.
“Qualquer que seja o partido, com partido ou sem partido, são fundamentais para pôr a obra no terreno. E, portanto, para eles é importante saber que tudo o que é recebido de Bruxelas e está contratualizado chega ao terreno. Para chegar ao terreno, que não há ruídos que resultem de de repente haver uma crise política a propósito do Orçamento", acrescentou.
E esses são “ruídos” que Marcelo Rebelo de Sousa quer evitar, com a aprovação do Orçamento do Estado para 2025. Uma mensagem que segue, em primeiro lugar, para a sede do PS no Largo do Rato, com Pedro Nuno Santos como destinatário.