Marta Temido concentra-se agora nos temas europeus, como futura eurodeputada, mas “está atenta” à saúde do país
O Governo prepara-se para apresentar o programa de emergência para a saúde, mas Marta Temido rejeita um ajuste de contas com a governação de que fez parte. A socialista avisa, no entanto, que está “atenta” e lembra Luís Montenegro que, na política, os ajustes de contas “não resolvem os problemas”.
Marta Temido passou a manhã de terça-feira na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, no único ponto de agenda do segundo dia da campanha para as europeias, que culminará com um debate entre os oito candidatos dos partidos com representação parlamentar.
Antes do debate, em que Marta Temido já assumiu que não se sente confortável, um novo desafio: pilotar uma embarcação de grandes dimensões no Rio Tejo, com chuva e vento, em condições adversas.
“Isto está a abanar. Espero que não enjoem”, gracejou. Admitiu, logo depois, que “sente-se sempre confortável ao leme”, mas “sente preocupação pelos que viajam” com ela. Ninguém está em perigo, até pelo passado da “comandante Marta Temido”.
A antiga ministra admite que “a grande vantagem do Ministério da Saúde é que nos prepara para qualquer coisa na vida”, ainda para mais, durante os dois anos da pandemia. Uma experiência mais real do que a pilotagem de uma embarcação, que não passou de um simulador.
Sem experiência na navegação, Marta Temido comandou o país na área da saúde e o Governo de Luís Montenegro prepara-se para apresentar um programa de emergência para acautelar os problemas que persistem. Será um ajuste de contas com o passado?
“Não me parece que na política se possam fazer ajustes de contas. Não creio que leve a lado nenhum. Ver a solução dos problemas na saúde como um ajuste de contas ou uma rivalidade não vai resolver os problemas”, alertou.
Marta Temido avisa ainda que “está atenta”, até pelo “passado de trabalho na área”, embora não esteja a trabalhar no setor da saúde. A missão atual da socialista é a Europa.
“Não basta saber pilotar um navio, como percebemos. É preciso saber para onde vamos. Os socialistas sabem muito bem para onde têm de ir e para onde têm de navegar para conduzir a União Europeia”, garantiu.