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Ataque aéreo israelita mata 13 refugiados em Gaza

Eyad Baba/AFP

Entre os mortos estão três crianças e uma mulher

Pelo menos 13 pessoas foram mortas em três ataques aéreos israelitas que atingiram campos de refugiados no centro de Gaza durante a madrugada deste sábado, segundo as autoridades de saúde palestinianas.

Este ataque ocorreu enquanto as negociações de cessar-fogo no Cairo, capital do Egito, parecem progredir.

Entre os mortos no Campo de Refugiados de Nuseirat e no Campo de Refugiados de Bureij estavam três crianças e uma mulher, de acordo com as equipas de ambulâncias palestinianas que transportaram os corpos para o hospital vizinho dos Mártires de Al-Aqsa, refere a agência Associated Press (AP). 

As últimas vítimas seguem-se a um "raro momento" de esperança na guerra que assolou Gaza, depois de uma equipa médica ter recuperado um bebé vivo de uma mãe palestiniana grávida, morta num ataque aéreo que atingiu a sua casa em Nuseirat, na noite de quinta-feira.

A grávida Ola al-Kurd, de 25 anos, foi morta junto com outras seis pessoas na explosão, mas foi rapidamente levada pelas equipes de emergência para o Hospital Al-Awda, no norte de Gaza, na esperança de salvar o feto. 

Horas depois, os médicos disseram à Associated Press que um menino tinha nascido.

O recém-nascido, ainda sem nome, está estável, mas sofreu com a falta de oxigénio, tendo sido colocado numa incubadora, disse o médico Khalil Dajran. 

O pai do menino foi ferido no mesmo ataque, mas sobreviveu.

A guerra em Gaza, que foi desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, matou mais de 38.900 pessoas, segundo o Ministério da Saúde do território, que não faz distinção entre combatentes e civis na sua contagem. 

A guerra desencadeou uma catástrofe humanitária no território costeiro palestiniano, deslocou a maior parte dos seus 2,3 milhões de habitantes e provocou a fome generalizada.

O ataque do Hamas matou 1200 pessoas, a maioria civis, e os militantes fizeram cerca de 250 reféns, destes cerca de 120 permanecem em cativeiro, e acredita-se que cerca de um terço deles esteja morto, segundo as autoridades israelitas. 

No Cairo, os mediadores internacionais, incluindo os Estados Unidos, continuam a pressionar Israel e o Hamas para um acordo faseado que poria fim aos combates e libertaria cerca de 120 reféns em Gaza.

Negociações infrutíferas entre os lados em conflito estão em curso desde o cessar-fogo de uma semana de novembro, com o Hamas e Israel a acusarem-se repetidamente de prejudicarem o esforço à medida que se aproximam de um acordo.

Lusa