Em entrevista à TSF, o filho do ex-Presidente da República Mário Soares concorda com as comemorações em honra do pai. Sobre o 25 de Novembro, lamenta que a data seja utilizada pela direita conservadora “como uma arma de arremesso às vezes contra o próprio 25 de Abril”
O antigo deputado socialista João Soares tem a certeza que a homenagem ao pai no Parlamento é “justa” e “faz todo o sentido”. Em declarações à TSF, João Soares destacou o ex-Presidente da República Mário Soares como “um grande combatente da liberdade”.
Ambos já passaram momentos da vida no Parlamento, mas nunca chegaram a cruzar-se. Aliás, falaram duas ou três vezes quando o pai estava na Assembleia da República como antigo chefe de Estado: “Fiz uma referência explícita, expliquei porque o fazia e, apesar do embaraço de ser filho, tive todo o gosto em ter podido fazer isto.”
E será que levou “um calduço” em casa? A resposta é não. João Soares, filho de Mário Soares e convidado do programa da TSF Não Alinhados à segunda-feira, contou que o pai ficou satisfeito e apenas chegou a apanhar “alguns raspanetes” quando fazia asneiras, “mas nunca nada de grave”.
João Soares sublinhou ainda que o pai “viveu mais tempo em ditadura do que em democracia”, tendo o caráter de Mário Soares se formado neste contexto.
Se voltasse a agora à Assembleia, tenho a certeza de que ele estaria à altura das suas responsabilidades, como esteve sempre ao longo da sua vida.
Questionado sobre as comemorações do 25 de Novembro, João Soares considerou que “faz todo o sentido que se evoque um momento histórico" e que contribuiu “para que os objetivos fundamentais do 25 de Abril se concretizassem sem dificuldades”.
Para o antigo deputado socialista, só é de lamentar que a data seja utilizada pela direita conservadora “como uma arma de arremesso às vezes contra o próprio 25 de Abril”.
Alguém que se identifique com os valores de Abril, como é o meu caso e evidentemente do meu pai, pode aceitar.
A sessão para evocar o 25 de Novembro de 1975 na Assembleia da República terá honras militares pelas Forças Armadas e decorrerá em moldes semelhantes à sessão solene que assinala todos os anos a revolução de 25 de Abril de 1974.