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Kiev reivindica assassinato do comandante da força nuclear russa

Em funções desde abril de 2017, Kirillov passou a integrar a lista de cidadãos russos sancionados pelo Reino Unido "por ter utilizado armas químicas na Ucrânia" Sergey Kozlov/EPA (arquivo)

Morreu Igor Kirillov. Trata-se do mais alto responsável militar russo morto em Moscovo desde o início da ofensiva contra território ucraniano, em fevereiro de 2022

Os serviços de segurança ucranianos (SBU) reivindicaram esta terça-feira a responsabilidade pelo assassinato em Moscovo do general russo responsável pela defesa nuclear, biológica e química, disse uma fonte à France Presse.

"O atentado bombista de hoje contra o tenente-general Igor Kirillov, comandante das tropas de defesa radiológica, química e biológica das forças armadas russas, foi uma operação especial do SBU", disse a fonte de Kiev à Agência France Presse.

Em outubro, as autoridades britânicas apontaram o general Kirillov como o responsável de Moscovo pela alegada utilização de armas químicas na Ucrânia.

Trata-se do mais alto responsável militar russo morto em Moscovo desde o início da ofensiva russa contra território ucraniano, em fevereiro de 2022.

O oficial de alta patente do Exército russo morreu numa explosão perto de um edifício residencial no sudeste de Moscovo, anunciou inicialmente o Comité de Investigação russo.

"O comandante das forças russas de defesa nuclear, biológica e química, Igor Kirillov, e o assistente morreram" na sequência da detonação de um engenho explosivo, indicou o organismo russo em comunicado.

De acordo com os investigadores de Moscovo, o engenho explosivo foi colocado num motociclo estacionado perto da entrada de um edifício residencial na Avenida Ryazansky, em Moscovo.

De acordo com um jornalista da France-Presse no local, as janelas de vários apartamentos ficaram estilhaçadas pela explosão tendo a polícia isolado a zona. A entrada do edifício também ficou muito danificada.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, lamentou através de uma mensagem difundida pelas redes sociais a perda de um "general destemido que nunca se escondeu nas costas dos outros", lutando "pela Pátria e pela verdade".

O vice-presidente da Câmara Alta do Parlamento russo, Konstantin Kosachev, prometeu que "os assassinos vão ser punidos sem piedade".

Em funções desde abril de 2017, Igor Kirillov passou a integrar a lista de cidadãos russos sancionados pelo Reino Unido "por ter utilizado armas químicas na Ucrânia".

As autoridades russas rejeitaram repetidamente as acusações, qualificando-as de "absurdas".

Na segunda-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, fez um balanço dos combates na Ucrânia, durante uma reunião com funcionários do Ministério da Defesa, elogiando o avanço das tropas.

Lusa