O socialista respondeu ainda às declarações “ridículas” do ministro Pedro Duarte
Pedro Nuno Santos pediu explicações a Luís Montenegro desde o primeiro momento. Montenegro remete qualquer esclarecimento para o debate da moção de censura, quase uma semana depois de conhecido o caso da empresa familiar. Ora, o socialista nota que o tempo passa e as dúvidas aumentam.
O secretário-geral do PS lamenta que Luís Montenegro não tenha esclarecido todas as dúvidas logo no início do caso, mas sublinha que não partilha da visão do Chega para uma moção de censura. Aproveita ainda para responder às declarações “ridículas” do ministro Pedro Duarte.
“É com alguma incompreensão da minha parte, sinceramente, que o primeiro-ministro não tenha decidido matar logo o assunto, porque, obviamente, à medida que o tempo passa, adensam -se as dúvidas e as perguntas, cada vez mais amplas, sobre a sua empresa”, apontou.
Dúvidas que apenas poderão ter resposta no debate da moção de censura, marcado para sexta-feira, que o PS já criticou. Ainda assim, o ministro Pedro Duarte colocou os socialistas e o Chega no mesmo saco, e acusou mesmo Pedro Nuno Santos de “deriva populista”. Para o líder do PS, são declarações “ridículas”.
“Se há coisa que eu tenho feito é desvalorizar a iniciativa do partido de extrema-direita. Portanto, acho que o governo deveria ter também, para ser simpático, nuances na apreciação que faz dos diferentes partidos. Obviamente, nós temos tido uma atitude bem diferente do Chega”, acrescentou.
Pedro Nuno Santos lembra que, ao contrário de André Ventura, apenas pediu explicações ao primeiro-ministro e recusou tirar o tapete ao Governo: “Não é ser populista exigir explicações de um primeiro-ministro”.
“Era só o que faltava, que um primeiro-ministro ache, e que o seu governo ache, que o primeiro-ministro não tenha que dar explicações”, criticou.
Explicações que “os portugueses também exigem”, reforça Pedro Nuno Santos, também sobre outros casos que colocam em causa os serviços públicos, como na saúde. O socialista lamenta que “um paciente com um princípio de AVC” junto a um hospital tenha ficado à espera “de uma ambulância para fazer 25 metros”.
Para Pedro Nuno Santos, “as soluções políticas que o Governo tem adotado são más e estão a criar barreiras no acesso à saúde”.