Política

"Onde está o Presidente da República? Temos uma crise de primeiro-ministro"

Eurico Brilhante Dias Leonardo Negrão/Global Imagens (arquivo)

Em declarações à TSF, Eurico Brilhante Dias considera que "esta é uma crise do primeiro-ministro e que "é aí que o PS deve concentrar-se", admitindo uma nova reflexão

O silêncio de Marcelo Rebelo de Sousa merece forte crítica do PS. Na TSF, Eurico Brilhante Dias considera, esta segunda-feira, que o Presidente da República foi mais bem lesto em intervir no passado, durante a governação socialista.

"Foi particularmente exigente com alguns ministros do Partido Socialista. Praticamente quis decretar a sua exoneração a partir de páginas de jornal", critica para considerar que "claramente" o Presidente da República está a utilizar "dois pesos e duas medidas".

 A maioria de nós está relativamente atónita, perante a circunstância que se vive hoje. Onde é que está o seu Presidente da República?", questiona Eurico Brilhante Dias denunciando que não existe "um regular funcionamento das eleições."

O deputado do PS, que pertence à Comissão Política Nacional, defende que o Presidente já devia ter convocado Luís Montenegro para uma reunião em Belém.

"Temos uma crise de primeiro-ministro. Era o momento de ter chamado o primeiro-ministro a Belém, ter falado com o líder da oposição e ter olhado em frente para garantir os passos seguintes."

Questionado sobre a eventual convocação de eleições, Brilhante Dias considera que "estamos ainda longe desse cenário" e que "há outros passos pelo caminho".

O deputado adianta que o PS "vai continuar a refletir" e a exigir explicações do primeiro-ministro, porque os esclarecimentos prestados "não foram suficientes", nomeadamente, "como é que "dois jovens adultos" gerem uma empresa com clientes angariados por Luís Montenegro.

Brilhante Dias considera que a  moção de censura do PCP "não é um biombo onde o Governo se possa esconder" e tem dúvidas sobre o recurso a uma comissão parlamentar de inquérito para "escrutinar a vida profissional" de Luís Montenegro.

Judith Menezes e Sousa