Os debates televisivos para as legislativas antecipadas de 18 de maio arrancaram com os primeiros frente-a-frente entre os líderes da AD e do PCP, na TVI, e entre Chega e PAN, na RTP-3
Os dois primeiros debates televisivos para as legislativas já estão, amanhã seguem-se outros dois: Pedro Nuno Santos (PS) vai estar frente e frente com Mariana Mortágua (BE), na SIC, e André Ventura (Chega) com Rui Tavares (Livre), RTP3. Eis o essencial dos debates desta segunda-feira:
Da polémica com a Spinumviva ao IRC, Montenegro atira-se à oposição: "PS pensa como PCP"
- <p>O secretário-geral do PCP defendeu e que o primeiro-ministro deveria ter-se demitido na sequência do caso Spinumviva, com Luís Montenegro a contrapor que não se lhe pode imputar qualquer falha, mesmo do ponto de vista ético.</p>
- <p>Durante o debate de cerca de 30 minutos, os dois discordaram sobre as soluções para o setor da Saúde, Defesa e quanto à descida feita pelo atual Governo PSD/CDS-PP da taxa de IRC de 21 para 20%.</p>
Chega rejeita acordos sem "transparência" de Montenegro, PAN diz que Ventura pediu “de joelhos” para integrar Governo
- <p>André Ventura rejeitou qualquer acordo com Luís Montenegro enquanto “não houver clareza e transparência” do primeiro-ministro sobre a sua situação financeira, e o PAN acusou o presidente do Chega de ter pedido “de joelhos” para integrar o Executivo.</p>
- <p>Durante o debate, o presidente do Chega acusou o PAN de ser “muleta do PS e do PSD” e de ter “sustentado a corrupção de Miguel Albuquerque na Madeira”. Em resposta, a líder do PAN acusou os dirigentes do Chega de serem “negacionistas das alterações climáticas” e de “mentirem ao país”.</p>
O PAN acusa ainda o Chega de contribuir para um ambiente de bullying e falta de respeito no Parlamento.
"E nunca ouvi um desculpa", atira Inês Sousa Real.
André Ventura desvaloriza a acusação, considerando que também é alvo de ofensas na Assembleia da República, e retoma o debate para o tema da proteção de animais. Ainda sobre a corrupção, o líder do Chega aproveitou para dizer que o PAN “sustentou a corrupção de Miguel Albuquerque da Madeira”.
Não gosta mais de animais do que eu, mas podemos discutir a proteção animal. Sabe quantos touros morrem em Portugal? São cerca de 300. Mas milhões em abate religioso. (...) O Chega tentou proibir e o PAN estava do outro lado da barricada. (...) Algumas comunidades, como a cigana, tratam cavalos e outros animais de forma absolutamente cruel.
Inês Sousa Real responde - "é mentira" - e insiste que o partido de André Ventura permite o financiamento para a tortura animal.
Vamos ao segundo e último debate da noite, desta vez com André Ventura e Inês Sousa Real frente a frente.
Confira o calendário dos debates para as eleições legislativas
Arranca o debate entre Paulo Raimundo e Luís Montenegro.
O líder do PCP insiste que o primeiro-ministro "teria dado um contributo maior se se tivesse demitido", mas Montenegro recusa.
"Mesmo do ponto de vista ético, não há nada a apontar, cumpri todas as minhas funções. Não escondi nada. A situação é conhecida porque a dei a conhecer", responde o primeiro-ministro em gestão, garantindo que está disponível para prestar esclarecimentos.
Paulo Raimundo pede a Montenegro que deixe a vitimização de lado e volta a atacar: "Temos um Governo que se caracteriza pela propaganda." Em caso de reeleição, o líder do PCP diz que "demissão" ainda fica mais evidente.
Continuarei a responder aquilo que for necessário. (...) Não posso ser responsabilizado por aquilo que não faço. Também posso reclamar que as pessoas percebam o contexto, (...) nunca houve nenhuma contaminação. Não há ninguém que me possa apontar isso.
A polémica Spinumviva volta ao debate, desta vez com André Ventura a defender que o partido atua "onde há corrupção".
Se Montenegro continuar com uma postura que "faz lembrar José Sócrates", sem "transparência" e "clareza", o "nunca será nunca", atira Ventura sobre um possível acordo de coligação.
Se o primeiro-ministro insistir em manter-se à margem de suspeitas graves, como não explicar ter dinheiro em várias contas para não ter de as declarar ou de ter comprar casas a pronto em nome dele e dos filhos… Isto faz lembrar José Sócrates!
Durante a sua intervenção, Inês Sousa Real acusa o Chega de "mentir" e de andar de "joelhos" para fazer parte do Governo de Montenegro.
A acusação surge depois da deputada do PAN falar sobre uma falsa perceção de insegurança em Portugal e, em resposta, André Ventura mostrar-se a favor da castração de pedófilos: "Um violador deve ir para a cadeia, um pedófilo deve ser castrado."
O PAN quer "compromisso" para o próximo Governo e aponta medidas contra violência, alterações climáticas e proteção dos animais.
Os crimes sexuais, depois da violação em Loures, é o primeiro tema em debate esta noite. André Ventura diz que "é preocupante" o que está a acontecer, mas "tem graça" a manifestação contra a violência à frente do Parlamento, porque"devia ter sido à porta de partidos como o PAN, Livre e BE"
O presidente do Chega acusa o Inês Sousa Real de "olhar ao lado" no que toca à segurança no país.
Em resposta, o PAN atira: "Deve parar de mentir às pessoas." A deputada do PAN acusa André Ventura de discurso "propagandística" e sublinha mudança de discurso do partido Chega.
"Temos que perceber porque é que as pessoas se sentem inseguras", diz Inês Sousa Real, socorrendo-se nos dados do Rasi.
Chega votou contra a proposta do PAN que visava sensibilizar campanhas contra o bullying e assédio sexual.
Em matéria de Defesa, Paulo Raimundo defende que "não precisamos de construir armas, nem bombas, mas medicamentos e comboios". O partido "não troca construir armas pela saúde, pelas pensões, pela segurança social”.
Montenegro responde que a AD não troca "políticas sociais por investimento em Defesa. São duas coisas cumulativas” e deixa (mais uma) provocação à oposição: "Quando apoiamos a Ucrânia, apoiámos a defesa dos Direitos Humanos, a integridade de um território europeu. Estamos a apoiar a democracia."
Durante o debate, Montenegro coloca o PS no mesmo patamar que o PCP com uma "resposta igual para os dois". O líder da AD diz que estão a "baixar impostos" e recusa as críticas de Paulo Raimundo sobre descida IRC.
Para Montenegro, "o PS pensa exatamente como Paulo Raimundo".
Sobre Saúde, o ainda primeiro-ministro diz que o SNS é a "chave-mestra" do Governo AD e, se isso implicar recorrer ao privado, então "vamos implementar", garante.
Paulo Raimundo critica esta posição, acusando o Executivo de "fazer a Saúde um negócio". Para o PCP, o "grande problema do SNS é a falta de profissionais" e a solução passa para por aumentar os salários e dignificar a carreira dos médicos.
Montenegro diz que o Governo já está a valorizar carreiras, aponta os tempos de espera que estão a diminuir e garante que promessa sobre os médicos de família mantém-se para nestas eleições.
Os debates televisivos para as legislativas antecipadas de 18 de maio arrancam esta segunda-feira com os primeiros frente-a-frente entre os líderes da AD e do PCP, na TVI, e entre Chega e PAN, na RTP3.
O debate entre Luís Montenegro e Paulo Raimundo está marcado para as 21h00 e o confronto de André Ventura com Inês Sousa Real para uma hora mais tarde.