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Assalto ao Louvre: três dos cinco detidos foram libertados

Dimitar Dilkoff/AFP

Os outros dois detidos foram formalmente acusados de conspiração em roubo e crime organizado

Três dos cinco detidos na quarta-feira por suposto envolvimento no roubo de joias do Museu do Louvre, em Paris, foram no sábado libertados, tendo os dois restantes sido formalmente acusados de conspiração em roubo e crime organizado.

Quase duas semanas após o roubo, cujo saque continua desaparecido, uma mulher de 38 anos foi acusada na investigação sobre o roubo ao Museu do Louvre, em Paris.

A agência de notícias France-Presse revela que uma das acusadas é uma "mãe de família" que chorou quando soube da decisão judicial de ficar presa preventivamente.

A moradora em La Courneuve, uma cidade nos subúrbios norte de Paris, chorava durante a audiência, dizendo ter "medo" pelos seus filhos e por si mesma, conta a AFP, que assistiu à audiência.

O outro detido, também acusado de roubo organizado e associação criminosa, era já conhecido pela justiça "nomeadamente por crimes de roubo". O homem de 37 anos também ficou preso provisoriamente, enquanto aguarda uma audiência marcada para os próximos dias perante um juiz.

As outras três pessoas detidas foram libertadas após o período de detenção preventiva, saindo sem qualquer acusação.

"Nestes casos de grande criminalidade, constatamos que as ondas de detenções se assemelham mais a redes de arrasto", afirmaram à AFP Sofia Bougrine e Noémie Gorin, advogadas de uma das pessoas libertadas.

Entre os suspeitos detidos na quarta-feira encontrava-se um suposto membro do comando de quatro homens que cometeu o assalto de 19 de outubro, revelou a procuradora de Paris, Laure Beccuau.

"Traços de ADN" ligam-no ao roubo, cujo valor estimado é de 88 milhões de euros, acrescentou Laure Beccuau.

Já a 25 de outubro, outros dois homens ficaram em prisão preventiva. Um deles foi detido no aeroporto parisiense de Charles de Gaulle quando se preparava para partir para a Argélia.

Há cerca de cem investigadores a trabalhar para recuperar o saque e localizar todos os criminosos envolvidos, mas as joias roubadas continuam desaparecidas.

Segundo Laure Beccuau, os investigadores estão a explorar "um certo número de mercados paralelos", pois é improvável que as joias apareçam no mercado legal de obras de arte.

O roubo de 19 de outubro, que aconteceu em menos de oito minutos, provocou fortes críticas à falta de segurança do Louvre, o museu de arte mais visitado do mundo.

No dia do roubo, os quatro criminosos conseguiram estacionar um camião-elevador aos pés do museu, permitindo que dois deles subissem com uma plataforma até à galeria de Apolo, onde estão guardadas as joias da coroa.

Lusa