Sociedade

Rui Lázaro: "Independentemente de helicóptero de Loulé estar ou não operacional, transporte não seria feito"

Paulo Jorge Magalhães/Global Imagens (arquivo)

Na TSF, Rui Lázaro explicou que as condições climatéricas não garantiam a segurança do voo, sobretudo na zona de Lisboa, o destino final. Defendeu ainda que cabe ao diretor-executivo do SNS prestar esclarecimentos sobre o caso

Uma falha técnica e as más condições meteorológicas terão impedido o transporte de helicóptero de um bebé em estado crítico do Algarve para Lisboa, afirmou à TSF o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Rui Lázaro.

Segundo o dirigente sindical, o helicóptero do INEM que estava em Loulé não estava equipado com o material necessário para realizar a viagem, devido a um problema na célula sanitária, o conjunto de equipamentos que permite o "transporte clínico de doentes, incluindo incubadoras, monitorização e fármacos".

Perante esta indisponibilidade, foi acionado o helicóptero do Alentejo, estacionado em Évora. No entanto, explicou Rui Lázaro, o piloto considerou que as condições climatéricas não garantiam a segurança do voo, sobretudo na zona de Lisboa, o destino final.

O piloto terá entendido, até porque é da sua competência, não existirem condições climatéricas para levantar voo, nomeadamente no local do destino, ou seja, em Lisboa. Em todo o caso, independentemente do helicópetro de Loulé estar ou não operacional, o transporte não seria feito assim.

Para o presidente do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar cabe ao diretor-executivo do SNS prestar esclarecimentos sobre o caso. Acima de tudo, Rui Lázaro não compreende por que motivo o bebé não foi diretamente de Portimão para Lisboa.

"O que nos deixa com mais reserva neste caso todo é o facto de um bebé que nasce em Portimão, com necessidade de vir ir para Lisboa, tenha ido inicialmente para Faro", disse.

Na sequência deste caso, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) instaurou esta segunda-feira um processo de esclarecimento, solicitando ao INEM e à Unidade Local de Saúde do Algarve para se pronunciarem.

Também a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) adiantou à Lusa que "instaurou um processo de avaliação ao caso" para analisar os factos.

No sábado, o INEM anunciou que todos os quatro novos helicópteros de emergência médica tinham começado a operar em pleno, diariamente por períodos de 24 horas, ao fim de um atraso de quatro meses.

Em comunicado, o instituto referiu que o novo contrato de helitransporte de emergência garantia a partir de sábado "a disponibilidade permanente" das quatro aeronaves, sediadas nas bases de Macedo de Cavaleiros, Viseu, Évora e Loulé, "assegurando cobertura aérea em todo o território continental" em regime de "24 horas por dia, sete dias por semana".

Rui Carvalho Araújo