Política

Manuel Pizarro critica "posição errada" de Sobrado ao aceitar pelouro na Câmara do Porto

Estela Silva/Lusa

Jorge Sobrado, eleito vereador pela lista do PS encabeçada por Manuel Pizarro, aceitou o pelouro da Cultura atribuído por Pedro Duarte, dando maioria à coligação PDS/CDS-PP/IL que venceu as eleições para a Câmara do Porto

O candidato ao Porto, e agora vereador da oposição, Manuel Pizarro (PS), criticou esta quarta-feira a "posição errada" tomada pelo seu número quatro, Jorge Sobrado, que, sendo eleito, decidiu tornar-se independente e aceitar o pelouro da cultura dado pelo presidente.

"Eu entendo que o sinal que os portuenses deram com o seu voto foi escolherem quem governava a câmara e foi escolherem quem deve fazer oposição. Desse ponto de vista, eu considero que a posição que Jorge Sobrado tomou é uma posição errada, que interpreta de forma errada o sinal que os eleitores do Porto deram", declarou à Lusa Manuel Pizarro, que liderou a lista do PS à Câmara do Porto nas autárquicas de 12 de outubro.

Ressalvando que "não é um assunto pessoal, mas uma interpretação política", o ex-ministro da saúde reafirmou que "o Partido Socialista percebeu o resultado das eleições" e que o PS não ganhou as eleições e "representa uma enorme função: a função de servir o Porto na oposição".

Depois de não ter conseguido maioria absoluta nas eleições de outubro, conquistando seis de 13 mandatos, Pedro Duarte (PDS/CDS-PP/IL), que hoje tomou posse como presidente da Câmara do Porto, decidiu entregar o pelouro da Cultura a Jorge Sobrado, eleito pela lista do PS e que passará a vereador independente, foi hoje revelado.

Com Jorge Sobrado como independente, Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL) consegue ter mais um vereador do que o PS.

Questionado se chegou a estar em cima da mesa Jorge Sobrado aceitar o pelouro, continuando do lado do PS, Pizarro garantiu não ter discutido esse assunto com Pedro Duarte.

Durante a campanha eleitora, Sobrado foi anunciado como futuro vereador da cultura de Manuel Pizarro na Câmara do Porto. Este pelouro foi também aquele que o agora presidente da câmara disse, em campanha, que iria ficar sob a sua alçada.

"O presidente da Câmara eleito, legitimamente, definiu que não queria estabelecer nenhum acordo com nenhum outro partido. Nós nem chegámos a ter que discutir esse assunto. Pessoalmente, não posso dizer que eu estou satisfeito. Eu aceito esta decisão, considero que é uma decisão que não corresponde ao voto do povo do Porto", acrescentou.

Para o socialista, este momento demonstrou que "a lista do PS tinha mesmo os melhores candidatos a vereadores" e disse reconhecer que "não há nenhuma pessoa que não esteja na lista do PS que se qualifique o suficiente para ser vereadora da cultura".

Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, o PS elegeu seis mandatos (Manuel Pizarro, Fernando Paulo, Francisca Carneiro Fernandes, Jorge Sobrado, Jorge Garcia Pereira e Marta Sá Lemos), os mesmos da coligação PSD/CDS-PP/IL.

Além de Pedro Duarte, a coligação elegeu mais cinco vereadores: Catarina Araújo (CDS-PP), Gabriela Queiroz (PSD), Rodrigo Passos (PSD), Hugo Beirão Rodrigues (IL) e Matilde Gouveia Rocha (IL).

O Chega conseguiu eleger um vereador, Miguel Corte-Real.

Lusa