Uma das propostas de alteração ao OE2026 apresentada pelo grupo parlamentar socialista defende que sejam suspensas as portagens para pesados na CREP, a partir de janeiro e até que esteja concluído um estudo sobre os pontos críticos do tráfego nos acessos a Porto e Gaia
O problema de circulação na Via de Cintura Interna (VCI) esteve no centro do debate autárquico no Porto e agora o PS pretende comprometer o Governo a avançar com um estudo que avalie a forma de descongestionar os principais pontos críticos.
A TSF sabe que a proposta de alteração proposta pelo PS passa pela suspensão do pagamento de portagens para veículos pesados, já a partir de janeiro e até estar concluído este estudo.
O PS propõe ainda que nessa avaliação seja analisada a eliminação de pórticos existentes no tramo poente da A4.
A ideia é desviar para a CREP, a Circular Externa do Porto, os veículos pesados, reduzindo a pressão sobre a VCI.
Os socialistas lembram que o ministro das Infraestruturas e Habitação prometeu "uma redução drástica" das portagens na CREP, defendendo que estas deveriam ser "tendencialmente gratuitas para todos os veículos pesados" e querem ver a proposta assumida no Orçamento do Estado para 2026.
Em abril deste ano, ao lado de Rui Moreira, na altura autarca do Porto, o ministro Miguel Pinto Luz garantiu que seriam feitos "todos os esforços para no prazo de quatro ou cinco meses" avançar com uma redução das tarifas das portagens na CREP para todos os veículos pesados, remetendo até a entrada em vigor para janeiro de 2026. A expetativa do executivo era de que a medida poderia "reduzir de 16% a 20% o tráfego de veículos pesados na VCI".
O PS quer agora garantir que a medida avança e não é travada pelo argumento invocado pelo Governo da "margem mínima" face ao excedente orçamental de 0,1%. Os socialistas consideram que, ao restringir esta medida aos veículos pesados, o impacto orçamental será "reduzido".
Os problemas de circulação na VCI estiveram no centro do debate autárquico na invicta, com o atual autarca, Pedro Duarte, a considerar que esta via é um "cancro no meio da cidade".
Na entrevista TSF/JN, Pedro Duarte defendia que, a partir de janeiro de 2026, haveria uma "solução diferente", sem portagens na CREP e com a possibilidade de portajar "bastante" a VCI.
"Isto vai ter que ser concertado com os autarcas vizinhos, porque a VCI não passa só no Porto, e não impacta só o Porto, mas eu acho que não será difícil encontrar um consenso em que haja portagens numa primeira fase para pesados e medirmos o impacto que o mesmo tenha. Essas portagens não têm de ser em todos os horários, portanto durante a noite, por exemplo, pode não haver portagem sequer para pesados, mas pelo menos em determinadas horas do dia nós portajarmos e portajarmos bastante, quando digo bastante é para que de facto haja um real incentivo para que designadamente os pesados utilizem a CREP e não lhes compense pagar uma portagem para eventualmente irem para um caminho mais curto," afirmou.