Política

Sem comentar as alterações à lei laboral, Marques Mendes apela ao diálogo para evitar greve geral

José Coelho/Lusa

Questionado sobre se aprovaria as alterações à lei laboral, Marques Mendes recusa comentar o documento, alegando que "um Presidente da República sensato só dá opinião sobre se veta ou promulga uma lei depois de ela ser aprovada"

O candidato presidencial Luís Marques Mendes defendeu este sábado que tudo deve ser feito para evitar uma greve geral, recomendando diálogo ao Governo e sindicatos, mas recusando comentar as alterações à lei laboral.

"Tudo deve ser feito para evitar greves", afirmou Luís Marques Mendes, sobre a possibilidade de ser convocada uma greve geral, acrescentando: "Se estamos a falar de greves por questões de natureza laboral, social, aquilo que eu recomendaria a todos é a mesa das negociações, é o diálogo social, é a concertação social."

O candidato presidencial lembrou que "houve muitos governos no passado, a começar pelos governos do professor Cavaco Silva, que fizeram vários acordos de concertação social" e deixou ao Governo de Luís Montenegro e aos sindicatos o apelo para que "negoceiem, façam diálogo social", para evitar precipitações.

Questionado sobre se aprovaria as alterações à lei laboral, Marques Mendes recusou comentar o documento, alegando que "um Presidente da República sensato só dá opinião sobre se veta ou promulga uma lei depois de ela ser aprovada".

A lei em causa, acrescentou, "neste momento ainda não está sequer aprovada em Conselho de Ministros", tendo ainda que ser discutida no Parlamento, na generalidade e na especialidade, e "só um Presidente da República insensato e sem experiência política é que diz, eu vou fazer isto, eu vou fazer aquilo, sem se conhecer o texto da lei".

Sublinhando que se for eleito será "um Presidente com experiência, com sentido de responsabilidade", Marques Mendes deixou claro que só depois da aprovação das leis dirá se veta, se promulga ou se envia ao Tribunal Constitucional.

"Isto é a diferença entre ter experiência ou não ter experiência", concluiu.

Luís Marques Mendes falava em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, à margem de uma visita às "Tasquinhas" que decorrem até domingo, no Pavilhão da Expotorres.

No dia em que completa 40 anos da sua entrada no Governo de Portugal, então com 28 anos, Marques Mendes reafirmou que "o país está farto de diagnósticos" e espera que "o Governo e partidos encontrem soluções" para o setor da Saúde.

"O papel de um Presidente da República não é avaliar ministros nem pedir a cabeça de ministros, mas é exigir resultados e soluções", disse, vincando a necessidade de "fazer mudanças" no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"Precisamos de ter gestores profissionais e para isso o concurso público é melhor do que a nomeação política em que o cartão partidário, às vezes, está acima do mérito e do profissionalismo", afirmou o candidato, sustentando que o grande problema do SNS "não é falta de dinheiro" e que é preciso "mudar na organização e na gestão, ter gestores mais profissionais, com mais mérito, com menos cartão partidário e mais bem pagos, porque o barato sai caro".

Lusa