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Rui Costa esperou duas semanas para ser reeleito com recorde mundial

António Cotrim/Lusa

No duelo com João Noronha Lopes, envolvendo os dois mais votados há duas semanas, o antigo futebolista voltou a ser o preferido entre os votantes, com 65.89%, correspondente a 1.266.105 votos

Rui Costa foi reeleito presidente da direção do Benfica para o quadriénio 2025-2029 com uma vitória expressiva a coroar um ato eleitoral histórico, mas que apenas foi concluído ao fim de duas semanas.

Eleito pela primeira vez em 2021, quando bateu Francisco Benítez, Rui Costa parte para um segundo mandato à frente do emblema lisboeta depois de ter sido o mais votado pelos sócios, tal como tinha sucedido em 25 de outubro, numa primeira volta em que nenhum dos seis concorrentes alcançou a maioria necessária para ser imediatamente conduzido na liderança do clube.

No duelo com João Noronha Lopes, envolvendo os dois mais votados há duas semanas, o antigo futebolista voltou a ser o preferido entre os votantes, com 65.89%, correspondente a 1.266.105 votos.

Por seu lado, o gestor mereceu a confiança de 34,11% (655.566 votos), falhando novamente a eleição para o cargo de presidente, à semelhança do que tinha sucedido em 2020, quando foi derrotado por Luís Filipe Vieira com números muito semelhantes (34,71% contra 62,59%).

Após a vitória na segunda volta das eleições, Rui Costa, que encabeçava a Lista G, tomou posse ao início da manhã no Pavilhão n.º 1 do Estádio da Luz e prometeu exigência e ambição renovadas.

De resto, a Lista G saiu vitoriosa nas eleições para todos os órgãos sociais do clube, elegendo José Pereira da Costa (que já desempenhava o cargo) para a Mesa da Assembleia Geral com 65,28% (1.235.088 votos), contra 34,72% de Gonçalo de Almeida Ribeiro (656.801).

No Conselho Fiscal, a lista encabeçada por Raul Fernando Martins, com 56,94% (1.090.147), derrotou o elenco comandado por António Bagão Félix, que se ficou pelos 43,06% (824.476), depois de na primeira volta terem ficado separadas por menos de 1%.

Para a Comissão de Remunerações - o único órgão não social entre os que foram a votos - os sócios benfiquistas escolheram a lista de Eduardo Stock da Cunha, com 65,11% (1.229.428 votos), contra 34,89% (658.826) de João Moreira Rato.

Este ato eleitoral foi o mais participado da história do Benfica e constituiu um recorde mundial num clube desportivo, com um total de 93.891 sócios votantes (e de 1.953.965 votos), superando em cerca de 8.000 os que se verificaram na primeira volta (85.710), que já tinham dobrado os 40.085 do escrutínio anterior, em que Rui Costa derrotou Francisco Benítez.

O registo permitiu superar os números das eleições do FC Barcelona em 2010, quando 57.088 sócios elegeram Sandro Rosell para a presidência dos catalães.

Face aos resultados da primeira volta - uma longa maratona sufragista em que só 18 horas após encerradas as urnas se soube os resultados -, em que se apresentaram seis candidatos à direção, o antigo futebolista internacional português e 34.º presidente da história do Benfica obteve mais 521.450 votos, enquanto Noronha Lopes conseguiu mais 120.748.

Nesta eleição, quer na primeira, quer na segunda volta, o gestor obteve percentualmente um resultado ligeiramente abaixo do que teve em 2020, quando concorreu contra Vieira (34,71%).

No discurso de posse, Rui Costa revelou que vai convidar todos os candidatos derrotados - João Noronha Lopes, Luís Filipe Vieira, Martim Mayer, João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho - para assistirem ao encontro com o Casa Pia, este domingo, na tribuna presidencial do Estádio da Luz.

TSF/Lusa