Política

Lusa mantém notícia depois de desmentido de Gouveia e Melo: "Foi esse artigo que me fez definir o rumo"

Henrique Gouveia e Melo, candidato às eleições presidenciais José Coelho/Lusa

Em comunicado, a direção da Lusa mantém que Gouveia e Melo decidiu avançar com a candidatura à Presidência da República depois de uma notícia no Expresso de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia travar a sua candidatura presidencial através da sua recondução como chefe da Armada

A direção de informação da Lusa mantém a notícia em que relata que Gouveia e Melo decidiu avançar com a candidatura à Presidência da República depois de uma notícia no Expresso de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia travar a sua candidatura presidencial através da sua recondução como chefe da Armada. O candidato presidencial desmentiu a notícia, mas a agência noticiosa portuguesa defende-se.

"A Direção de Informação da Lusa foi confrontada hoje com uma nota à comunicação social da candidatura a Presidente de Gouveia e Melo, que rotula de falsa a notícia divulgada no passado domingo sobre o momento em que decidiu concorrer às eleições, a propósito de um livro com uma longa entrevista feita pela jornalista Valentina Marcelino", começa por escrever em comunicado.

E prossegue: "No livro, Gouveia e Melo diz expressamente que foi um artigo publicado no Expresso, a 3 de outubro de 2024, sob o título 'Almirante quer mais dois submarinos para ficar na Armada e desistir de Belém', que o levou a 'definir o rumo' ou seja, a avançar com a candidatura."

"Foi esse artigo que me fez definir o rumo. Porque quando o li, fiquei mesmo danado", afirma o ex-chefe do Estado-Maior da Armada, na página 124 do livro "Gouveia e Melo - As Razões", que tem chancela da Porto Editora", explica a direção da Lusa.

"Na mesma página, transcreve, em nota de rodapé, o teor desse artigo do Expresso: 'O Presidente da República gostava de reconduzir o almirante Gouveia e Melo por mais dois anos no cargo de chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) - para lhe travar uma candidatura presidencial -, mas o militar, que continua a liderar as sondagens para Belém, só aceitará ficar à frente da Marinha se tiver garantias de que o Governo vai aumentar o investimento de forma significativa na força naval portuguesa, apurou o Expresso. Caso não tenha essa segurança até ao fim do mandato, que termina a 27 de dezembro, Gouveia e Melo seguirá para a vida civil e deverá ponderar se avança ou não para uma candidatura presidencial, possibilidade que tem mantido em aberto'", cita a Lusa no comunicado

Assim, explica a Lusa, a interpretação foi feita: "O almirante Gouveia e Melo revela que só decidiu avançar para Belém quando leu uma notícia no Expresso de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia travar a sua candidatura presidencial através da sua recondução como chefe da Armada."

"Cumprindo todas as regras deontológicas, a Lusa escreveu as informações contidas no próprio livro, interpretando-as com honestidade e rigor, tal como determina o Código Deontológico do Jornalista. A Lusa rejeita e repudia, portanto, as acusações de que a notícia em causa seja falsa e, muito menos, que a agência contribua para a desinformação e tenha manipulado declarações de Henrique Gouveia e Melo, como refere a nota da candidatura", defende a Lusa.

E conclui: "Como bem diz na sua nota a candidatura de Gouveia e Melo, 'na política não pode valer tudo'."

Rui Oliveira Costa