Economia

Ulrich diz que percebeu que país tinha chegado ao «fim da linha» após reunião a 4 de Março

Após essa reunião com José Sócrates e Teixeira dos Santos, o presidente do BPI diz ter percebido que o «Estado português já não encontrava compradores no mercado que não fossem os bancos portugueses».

O presidente do BPI revelou que percebeu numa reunião tida a 4 de Março com o primeiro-ministro e ministro das Finanças que Portugal tinha chegado ao «fim da linha» no que toca ao financiamento.

Em entrevista à TVI, Fernando Ulrich lembrou que o «objectivo dessa reunião era para pedir aos bancos portugueses que comprassem mais dívida pública e portanto sai da reunião convencido que tínhamos chegado ao fim da linha».

Após este encontro com José Sócrates e Teixeira dos Santos, o presidente do BPI diz ter percebido ainda que o «Estado português já não encontrava compradores no mercado que não fossem os bancos portugueses».

«Choca-me muito depois do que se passou parecer que há uma tentativa por parte de fontes ligadas ao Governo de encontrar a justificação [do pedido de ajuda externa] nos bancos», acrescentou.

Ulrich, que diz que a banca esteve atenta aos sinais, adiantou ainda que se alertou várias vezes para a situação difícil que se estava a viver.

Nesta entrevista, o presidente do BPI recordou que o Governo reagiu, numa primeira fase, «não querendo saber de nada», «umas vezes criticando asperamente, outras vezes faz4ndo troça do que íamos dizendo».