Segundo os padres desta cidade brasileira, o vice-cônsul Adelino Pinto recebeu um milhão de euros destes religiosos para a recuperação de duas igrejas locais, algo que nunca chegou a acontecer.
O vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre é suspeito de ter enganado o arcebispado desta cidade brasileira através de um estratagema que levou os padres a depositarem um milhão de euros na conta de Adelino Pinto.
Para conseguir este dinheiro, o diplomata português escreveu no blog da embaixada que seria constituída uma fundação para recuperar duas igrejas de Porto Alegre de origem portuguesa, obra que seria financiada em 70 por cento por uma ONG portuguesa.
À TSF, o delegado da Polícia Civil de Porto Alegre explicou que esses padres deslocaram-se a Portugal e foram levados a uma igreja de Lisboa onde estava uma representante dessa ONG, mesmo que tenham surgido algumas dúvidas, pois esta apresentou-se de «peruca» e «óculos escuros».
De acordo com Paulo César Jardim, os padres registaram a transferência do dinheiro para a conta do vice-cônsul em cartório na qual o diplomata se «comprometeu a devolver o dinheiro tão logo chegasse a data de 21 de Janeiro, o que não aconteceu».
«Quem contactou comigo foi o representante da embaixada de Portugal. Estiveram aqui e passei toda a documentação para eles. O longo depoimento do padre de Porto Alegre também está com eles. A mim não restam dúvidas da existência do facto, materialidade e autoria», acrescentou.
Também ouvido pela TSF, o advogado da Arquidiocese de Porto Alegre indicou que confiança na justiça portuguesa para condenar o vice-cônsul português e está a estudar a possibilidade de pedir para a que a imunidade diplomática não ser aplicada a este caso.