Portugal

Marinho Pinto defende «greve à democracia» nas eleições

Marinho Pinto Lusa

Ouvido pela TSF, o bastonário da Ordem dos Advogados diz-se «espantado» por haver pessoas que ainda vão votar e considerou que os portugueses «não são rigorosos» com os políticos.

O bastonário da Ordem dos Advogados defende a existência de uma «greve à democracia» nas eleições de 5 de Junho e responsabilizou as «elites políticas» pela situação a que o país chegou.

Em declarações à TSF, Marinho Pinto mostrou-se «espantado» com o facto de existirem pessoas que ainda vão votar e colocou a hipótese de ser melhor fazer «greve à democracia por um dia precisamente no dia das eleições».

Desta forma, segundo este bastonário, poderia ser «dito claramente à classe política aquilo que dizem nos fóruns, cafés e restaurantes».

«Era a grande punição democrática para a mediocridade, oportunismo e incompetência de todos os políticos portugueses. Era envergonhá-los publicamente perante a Europa e o mundo», acrescentou.

Para Marinho Pinto, «talvez fosse esse o primeiro passo para a refundação da República sem violência e sem os velhos recursos a estereótipos revolucionários ou contra-revolucionários até no quadro constitucional».

Convencido de que nada ficaria na mesma caso uma situação destas viesse a acontecer, o bastonário da Ordem dos Advogados lembrou que o «nosso povo não é rigoroso nem exigente com os políticos».

«É capaz de estar a fazer intervenções muito radicais, mas na altura dos votos lá vão legitimá-los e votar neles outra vez. Isto de facto dá-lhes uma sensação de impunidade nos partidos todos, não só os que estiveram no Governo, mas os que estiveram na oposição», concluiu.