Economia

Portugal ou renegoceia dívida ou fica dependente da ajuda externa «por muitos anos»

Portugal tem de renegociar a dívida com os credores ou ficará dependente da ajuda externa por muitos anos, considera o gabinete de estudos da revista "The Economist".

O estudo da "The Economist", citado no Jornal de Negócios esta terça-feira, conclui que ou Portugal reestrutura a dívida, isto é, senta-se à mesa com os credores e tenta renegociar, procurando obter taxas mais moderadas ou prazos mais alargados, ou fica refém da ajuda externa «por muitos anos», muito para além do período previsto pelas autoridades europeias e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

A decisão de pedir ajuda, explica o estudo da "The Economist", representa apenas o início de um processo de recuperação muito lento e doloroso.

Os autores do documento não estão muito confiantes na capacidade do país fazer face ao pagamento dessa dívida, o chamado "incumprimento" ou "default".

Os relatores acreditam que Portugal vai tentar negociar taxas de juro semelhantes às cobradas à Grécia e à Irlanda, entre cinco e seis por cento, mas «as autoridades europeias, em especial a Alemanha, devem endurecer as negociações».

O estudo conluio ainda que o famoso empréstimo intercalar é possível, ainda que com «outro nome», uma vez que este tipo de financiamento «não é popular entre a União Europeia».

Só neste ano, Portugal já emitiu 6500 milhões de euros em dívida de curto prazo e quase 4000 milhões a longo prazo.

O estudo surge num momento em que os rumores em torno da reestruturação da dívida grega são cada vez mais fortes.