O presidente da Câmara justifica a decisão com a actual situação económica do país. O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local diz que se trata de uma «atitude populista».
O presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira diz os tempos não permitem que se abrande no trabalho. Por essa razão, os funcionários da autarquia não terão tolerância de ponto durante a tarde de quinta-feira. Castro Almeida considera que seguir por este caminho é dar o sinal errado.
«Os tempos que correm não são tempos para folgas, mas para trabalhar. Sempre me custou a entender por que há tolerância de ponto nos serviços públicos e não nas empresas privadas. Parece que o trabalho na função pública é um trabalho desqualificado e irrelevante. É quase uma agressão aos funcionários públicos», comenta.
A autarquia de S. João da Madeira tem 300 trabalhadores. Castro Almeida afirma que falou com as chefias e que, pelo menos, estes funcionários da autarquia não contestaram a decisão.
«Durante o dia de hoje [quarta-feira] falei com os responsáveis que estão próximos do pessoal e senti da parte deles uma compreensão para virem trabalhar», justifica o presidente da Câmara.
O autarca conta ainda que hesitou em tomar esta decisão por recear estar a ser injusto com os funcionários da Câmara que preside.
No entanto, João Avelino, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, considera que o autarca de S. Joao da Madeira apostou num efeito fácil.
«É uma atitude populista que joga com o discurso da crise. Eu não conheço nenhuma câmara que não atribua tolerância de ponto aos trabalhadores para que possam ir passar a Páscoa para junto das suas famílias».