A justiça espanhola decidiu proibir a realização de uma procissão ateia que, caso contrario, sairia esta quarta-feira para as ruas de Madrid.
Desde que foi anunciada, a iniciativa mereceu forte contestação por parte da comunidade católica espanhola, que considerava que a procissão constituía um insulto e um ataque de uma violentíssima intolerância.
Colisão com o direito fundamental à liberdade religiosa e possível alteração da ordem pública foram argumentos utilizados pelo Tribunal Superior de Justiça de Madrid.
Esta decisão deixa surpreendido o presidente da Associação Madrilenha de Ateus e Livre-pensadores (Amal), que fala num retrocesso «ao princípio da democracia».
Luís Vega disse que a Semana Santa foi privatizada e vendida à Igreja Católica, até porque, apesar de Espanha ser uma monarquia, são permitidas manifestações a fazer da república.
Para Luis Vega, as onze razões evocadas são «falsas».
Está já marcada para dia 13 de Maio uma nova manifestação, mas o presidente da Amal receia que também seja proibida, já que todos os dias do ano coincidem com um dia santo.
Até lá, a associação pondera recorrer às instâncias europeias e ao tribunal constitucional.